Fonte: Agência Brasil
Autora: Carolina Gonçalves
Rio de Janeiro – No último dia da visita oficial ao Brasil, o ministro das
Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, reafirmou hoje (19), no Rio
de Janeiro, a meta de dobrar as negociações comerciais com o Brasil até 2015. A
mesma expectativa de incremento comercial se estende à Colômbia e ao México como
uma das estratégias do Reino Unido para estreitar laços com países
latino-americanos, em vários setores.
“Nós somos o quarto maior investidor no Brasil hoje. Nossas exportações para
o Brasil cresceram 23% em 2010 e 9%, em 2011. Companhias britânicas como a
British Gas, British Petroleum, Rolls Royce e Shell vêm investindo muito no
país, principalmente no Rio”, disse Hague, destacando o interesse especial na
relação com o Brasil, reconhecendo a importância que o país assumiu no cenário
político e econômico mundial.
Nos últimos 18 meses, ministros britânicos fizeram 37 visitas ao continente.
A metade dessas viagens oficiais teve o Brasil como destino. Hague ainda
garantiu que a economia do Reino Unido, afetada pela crise europeia, não será
recuperada a partir da exploração de nações mais pobres. “Estamos mostrando
isso, através das nossas ações”, disse o chanceler britânico.
No pronunciamento feito depois de um almoço oferecido pelo governador do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral, e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes,
para tratar da preparação do estado do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de
2016, o ministro britânico também voltou a defender a posição do Reino Unido em
questões diplomáticas.
Hague reiterou a postura da Inglaterra na disputa pelas Ilhas Malvinas com a
Argentina e também destacou a posicionamento do governo britânico favorável ao
desarmamento nuclear, assim como a defesa de uma reforma do Conselho de
Segurança das Nações Unidas com a garantia de um assento permanente para o
Brasil.
Para o chanceler, o Brasil se destaca pela expansão diplomática que vem
construindo e pela forte defesa dos direitos humanos, que, segundo ele, também é
prioritária para o Reino Unido. Hague disse que o Brasil e o Reino Unido
comungam uma séria de valores, mas ponderou que nem sempre duas nações seguem o
mesmo caminho, lembrando do caso da Líbia, no ano passado, quando seu país
mostrou-se a favor da ação militar no país.
“Na Líbia, a força militar limitada foi usada para proteger os civis e civis
povoadas sob ameaça de ataque e para implementar uma zona de exclusão aérea. Foi
uma ação necessária”, disse o chanceler, acrescentando que “a ação militar é
sempre um último recurso. Mas quando a vida humana está ameaçada e medidas
pacíficas falham, nós temos que estar preparados para intervir da melhor
maneira, de forma rápida e decisiva”.
Ele também anunciou que o príncipe Harry estará, no Rio de Janeiro, em março,
para lançar a campanha Great, criada para promover a imagem do Reino Unido
mundialmente.
Edição: Lana Cristina
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