Entre as  medidas estruturais para estimular exportações de maior valor agregado, o  governo brasileiro vai alterar os programas de "drawback", que permitem  importação sem tributos de componentes para mercadorias a serem  exportadas. As regras de drawback serão simplificadas, serão eliminadas  exigências de documentos e será acelerada a liberação de processos,  informou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres.
"Hoje,  apenas 25% das exportações usam o drawback, é uma percentagem pequena",  comentou a secretária. Ela lembrou que o governo ampliou o alcance do  mecanismo, estendendo a isenção de impostos aos insumos comprados também  em território nacional, não somente aos importados, como originalmente.
Para  o ministério, há grande desconhecimento entre os exportadores sobre o  uso do drawback, e temor de problemas futuros com a Receita Federal em  caso de dificuldades futuras na exportação. Uma campanha de informação  entre as empresas está nos planos do governo, que pretende também  eliminar regras criadas antes dos anos 90, com a preocupação de  controlar a saída de capitais por parte de exportadores. É uma  preocupação anacrônica, em uma época na qual exportadores são  autorizados a manter recursos em dólares no exterior, argumenta Tatiana  Prazeres.
Os técnicos já começaram a listar dificuldades  encontradas pelas empresas que são fortes candidatas à extinção. Hoje,  se, depois de fazer um registro de exportação, o exportador decide dar  um desconto no preço da mercadoria, para compensar uma avaria, por  exemplo, essa mudança de valor o obriga a um penoso processo  burocrático, que inclui pagamento de taxas. Empresas que, após importar  com uso do drawback, exportam muito mais do que previam, também são  obrigadas a corrigir, com custos, os dados fornecidos ao governo.
"Estamos  estudando esses problemas. Na nossa avaliação há espaço para  simplificar e ampliar o uso do drawback", comentou a secretária de  Comércio Exterior. As mudanças no drawback fazem parte das medidas  anunciadas pelo secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento,  Alessandro Teixeira, para aumentar a exportação de manufaturados no  país. As medidas incluirão maiores facilidades de crédito e garantias  para a conquista de mercados pelos exportadores de manufaturados  brasileiros.
 
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