Empresa americana contesta na Justiça licitação da Força Aérea para compra de 20 aviões por US$355 milhões
O governo dos Estados Unidos suspendeu temporariamente a compra de 20 aviões militares Super Tucano, da Embraer, depois que uma rival americana abriu processo para contestar o resultado da licitação.
A Força Aérea dos EUA havia concedido à companhia brasileira um contrato de US$355 milhões em 22 de dezembro, mas, cinco dias depois, a Hawker Beechcraft anunciou a decisão de contestar a licitação na Justiça, após sua aeronave AT-6 ser excluída da competição.
"A concorrência e a avaliação de seleção foram justas, abertas e transparentes. A Força Aérea está confiante nos méritos de sua decisão de concessão do contrato e espera que o litígio seja rapidamente resolvido", divulgou, em nota, John Dorrian, porta-voz da Força Aérea americana.
A Embraer havia divulgado na sexta-feira que tinha vencido a licitação para fornecer 20 unidades do A-29 Super Tucano. A empresa informou ontem que não se pronunciará sobre a suspensão do contrato milionário.
Brasileira fez parceria com a americana Sierra Nevada
A Força Aérea dos EUA informou ontem que não sabe por quanto tampo a suspensão do contrato será válida. Isso será determinado pela Corte Federal de Apelação, onde a Hawker Beechcraft abriu a ação.
"Isso levará a um processo mais transparente, por isso este é um passo na direção correta", afirmou a Hawker Beechcraft em nota, após a divulgação da suspensão do contrato. "Acreditamos seriamente que temos uma aeronave mais capaz e mais barata. Além disso, é construída aqui nos EUA."
De acordo com a licitação, as aeronaves da Embraer serão fornecidas em parceria com a americana Sierra Nevada Corporation (SNC) e serão utilizadas para treinamento avançado em voo, reconhecimento e operações de apoio aéreo no Afeganistão.
O diretor-executivo da companhia americana, Bill Boisture, deve dar uma entrevista coletiva hoje. Segundo o senador americano Pat Roberts, a Hawker Beechcraft merece mais respostas sobre o porquê de ter sido excluída da competição.
O órgão do governo responsável por verificar a lisura da licitação destacou que a Força Aérea, após rever respostas a questões levantadas em discussões com a companhia, concluiu que a Hawker Beechcraft não corrigiu adequadamente problemas em sua proposta. A agência, o Government Accountability Office, disse que tais deficiências "tornaram a proposta tecnicamente inaceitável".
O A-29 Super Tucano, projetado para missões de contra-insurgência, atualmente é empregado por seis forças aéreas, além de estar encomendado pelas forças armadas de outros países, segundo a Embraer.
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