Levantamento mostra que os investimentos no Brasil alcançaram US$ 65,5 bi em 2011, com alta de 35% ante 2010
O Brasil foi o quarto país que mais recebeu volume de investimentos em 2011, superando todos os países da zona do euro. Contando apenas novos projetos, sem incluir a aquisição de empresas por multinacionais, o Brasil foi o segundo maior destino de investimentos do mundo, superando os Estados Unidos e ficando atrás apenas da China.
Os dados foram divulgados ontem pela Unctad, em Genebra, e destacam a expansão do consumo doméstico do Brasil e a cobiça por recursos naturais como os principais fatores de atração de empresas de todo o mundo. Outra explicação é o fato de o País ter se tornado a base de operações de multinacionais em toda a região. Segundo o levantamento, os investimentos no mundo em 2011 passaram de US$ 1,28 trilhão para US$ 1,5 trilhão, uma expansão de 17% e retornando a uma média anual que existia antes da crise de 2008, quando o volume despencou. Para 2012, porém, a crise na Europa ameaça mais uma vez causar uma estagnação na expansão dos fluxos de capital.
Ao fim de 2011, só a China (incluindo investimentos em Hong Kong e no continente), Estados Unidos e Reino Unido receberam mais projetos de investimentos que o Brasil. Se Hong Kong for calculado como um destino separado a da China, o Brasil então ficaria na quinta posição como maior destino.
A expansão de recursos no Brasil entre 2010 e 2011 também esteve entre as 12 maiores do mundo, com uma taxa de 35% e duas vezes superior à média mundial, totalizando US$ 65,5 bilhões.
"Investidores estrangeiros continuam a encontrar apelo na riqueza de recursos naturais na América do Sul e estão cada vez mais atraídos pelo mercado consumidor em expansão da região", afirmou a Unctad. "Particularmente atraente é o tamanho do mercado brasileiro e sua posição estratégica que permite um acesso fácil a outros mercados emergentes, como Argentina, Chile, Colômbia e Peru", disse a entidade. Empresas estrangeiras gastaram ainda US$ 15,1 bilhões para comprar companhias nacionais, expansão de 70,5%.
Mas na avaliação apenas de projetos novos por multinacionais, desembarcando para a abertura de fábricas ou iniciativas de extração, o Brasil já aparece em segundo lugar no mundo. No total, US$ 59,7 bilhões foram investidos no País, aumento de 38%. Na China, o volume é de US$ 81 bilhões.
No geral, o maior recipiente de investimentos no mundo continua sendo a economia americana, com US$ 210 bilhões. Os Estados Unidos, porém, sofreram uma queda de 7,7% em relação a 2010 e estão sendo fortemente ameaçados pela China. No total, a China recebeu US$ 202,4 bilhões de investimentos em 2011. US$ 124 bilhões foram à China continental e outros US$ 78,4 bilhões para Hong Kong. O Reino Unido vem na terceira posição, com US$ 77,1 bilhões.
Em 2010, o Brasil já havia sido o quinto maior recipiente de investimentos, sempre contando os fluxos para China e Hong Kong de forma unificada. Agora, o Brasil chegou a receber mais investimentos que tradicionais economias como França (US$ 40 bilhões) e Alemanha (US$ 32 bilhões). Entre os emergentes, o Brasil recebeu um a cada dez dólares destinados a essas economias. Para 2012, a volta da recessão na Europa fará com que a expansão de investimentos seja apenas modesta, para cerca de US$ 1,6 trilhão. O último trimestre de 2011 já foi de contração, servindo de alerta de que o cenário poderá ser mais sombrio.
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