O órgão da ONU diz que economia global terá uma expansão de 2,6% em 2012. Brasil crescerá 2,7%
RIO E GENEBRA. Com uma redução expressiva das previsões que fez há seis meses, o relatório "Situação e Perspectivas da Economia Mundial", elaborado pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), admite que os problemas nos Estados Unidos e na Europa "podem levar a uma nova recessão global". Neste ano, a economia mundial deve ficar longe do crescimento de 2010 - de 4% - e ter uma expansão de 2,6% (em junho a projeção era de 3,6%) e no próximo, de 3,2%.
As perspectivas da Unctad estão atreladas a uma contenção da crise da dívida soberana na Europa. Segundo o órgão da ONU, a incapacidade dos políticos europeus e americanos de lidar com a crise de desemprego e de prevenir o estouro da dívida soberana, assim como a fragilidade do setor financeiro, estão entre os principais fatores de risco para a economia global.
A Unctad alerta para o perigo das políticas de austeridade fiscal adotadas nos países desenvolvidos em crise, porque podem dificultar a recuperação da economia e contribuir ainda mais para o crescimento do desemprego. Os EUA devem ter crescimento de 1,5% este ano e de 2% em 2013. A União Europeia deve ter expansão de 0,7% em 2012 e de 1,7% no próximo ano. Já a zona do euro deve crescer 0,4% e 1,3%, respectivamente.
Segundo o documento, os países em desenvolvimento devem continuar movendo o mundo. A projeção é de crescimento de 5,4% este ano. No próximo, de 5,8% - longe dos 7,1% de 2010.
O Brasil deve registrar uma expansão econômica de 2,7% em 2012 e de 3,8% em 2013. A projeção deste ano é bem menor que a anunciada pelo órgão em junho: 5,3%.
A América do Sul deve crescer 3,6% em 2012 - abaixo dos 5,2% projetados em junho - e 4,5% em 2013. Em 2011, a região teria crescido 4,6%, graças à criação de vagas. "Isto ocorreu especialmente no Brasil", diz o órgão.
O relatório indica que uma recessão nos EUA e na Europa podem ameaçar a América Latina. E a desaceleração da China - que este ano deve crescer 8,7% e no próximo, 8,5% -, "debilitaria as exportações de manufaturas e reduziria os preços das matérias-primas".
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