A Austrália avisou que vai impor um embargo petroleiro contra o Irã, seguindo o exemplo da União Europeia (UE). A decisão foi anunciada ontem, em Londres, pelo ministro australiano das Relações Exteriores, Kevin Rudd. "Não apenas aprovamos a ação tomada em Bruxelas para a Europa. Nós, é claro, vamos fazer o mesmo para a Austrália", declarou Rudd, durante uma entrevista coletiva com seu homólogo britânico, William Hague. "A razão é muito clara. É preciso enviar uma mensagem ao povo do Irã, às elites políticas do Irã e ao governo do Irã de que sua conduta é globalmente inaceitável", acrescentou o ministro, depois de se reunir com Hague.
Na segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da UE impuseram um embargo petroleiro sem precedentes às importações de petróleo iraniano, que entrará em vigor a partir de 1º de julho. O objetivo das sanções é forçar o país persa a retomar as negociações sobre o programa nuclear. Pelo acordo, as nações europeias estão proibidas de estabelecer contratos no setor petroleiro com Teerã, segundo produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) depois da Arábia Saudita.
Os Estados Unidos comemoraram a decisão e prometeram ontem "mais sanções, para aumentar a pressão sobre o Irã". A resposta do regime teocrático islâmico veio ontem na forma de ameaças de fechamento do Estreito de Ormuz, pelo segundo dia consecutivo. A retaliação impediria o escoamento do petróleo do Oriente Médio para o Ocidente. "As sanções ineficazes contra o Estado islâmico não são um perigo para nós. Elas são oportunidades, e já têm trazido uma série de benefícios para o país", ironizou Heydar Moslehi, ministro da Inteligência do Irã, em entrevista à agência de notícias Irna. As autoridades iranianas alertam que um embargo apenas contribuirá para aumentar os preços do petróleo.
Egito suspende hoje estado de emergência
O Egito vai suspender hoje o estado de emergência em vigor há mais de 30 anos, salvo em caso de crimes violentos, declarou ontem o chefe da junta militar, o marechal Hussein Tantawi.
A suspensão, exigida com insistência pelas organizações de defesa dos direitos humanos e por vários partidos políticos, coincidirá com o aniversário do início da revolta que derrubou o ditador Hosni Mubarak. "Tomei a decisão de pôr fim ao estado de emergência em todo o país, à exceção dos casos de combate a crimes violentos, a partir da manhã de 25 de janeiro de 2012", declarou Tantawi. Até então, as liberdades públicas estavam limitadas e os julgamentos eram realizados em tribunais de exceção. Os Estados Unidos comemoraram a decisão e afirmaram tratar-se de um "importante passo rumo à normalização da vida política".
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