terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Brasil não vê risco de EUA vetarem suco de laranja

Fonte: Valor Econômico
Autores: Tarso Veloso e Fernando Lopes

O Ministério da Agricultura e os exportadores brasileiros trabalham com a expectativa de que os carregamentos de suco de laranja do país não serão vetados nos Estados Unidos em razão da identificação do fungicida carbendazim em cargas que chegavam naquele país na semana passada.

Oficialmente, o ministério ainda aguarda o resultado completo dos testes que estão sendo realizados pelos americanos e cujos resultados deverão ser divulgados ainda nesta semana pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA). Com a expectativa de que não haverá sanções ao produto nacional, o governo brasileiro espera, sem um plano de ação, que a situação se mantenha tal como era antes da detecção.

A confiança, de acordo com fontes da Pasta, decorre de dois motivos. O primeiro é que a quantidade do fungicida encontrado está abaixo dos níveis máximos estabelecidos pelos americanos. A segunda é que o produto é usado há muito tempo e as importações não seriam suspensas sem um aviso prévio de Washington proibindo o defensivo. O fungicida não pode ser utilizado na citricultura americana desde 2009. No mercado brasileiro, é empregado no combate a doenças conhecidas como "pinta-preta" e "estrelinha", comuns em culturas como a laranja.

A aparente ausência do Ministério da Agricultura nas discussões sobre o imbróglio é explicada por funcionários da Pasta como uma maneira de não aumentar a tensão em um "momento já complicado". Segundo o ministro Mendes Ribeiro, o motivo para o distanciamento é a falta de notificação oficial, por parte dos Estados Unidos, de qualquer reclamação sobre o fungicida.

Tensa na semana passada, a iniciativa privada também iniciou a semana mais relaxada, segundo apurou o Valor com fontes ligadas às principais empresas exportadoras radicadas no país - as brasileiras Citrosuco / Citrovita e Cutrale e a multinacional de origem francesa Louis Dreyfus Commodities.

Em primeiro lugar porque até agora não houve um embargo; em segundo, porque níveis do produto são aceitos em outros mercados importantes para o suco brasileiro, como a União Europeia; e em terceiro porque é possível adaptar o processo produtivo para exportar aos Estados Unidos um suco sem o fungicida.

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