O dólar exibiu fortes quedas ante o real ontem, sustentadas pelo ambiente externo um pouco melhor, mas, principalmente, por ingressos de recursos no mercado interno. Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a visitar a casa de R$ 1,79, encerrando em baixa de 1,90%, a R$ 1,8030 no balcão, o menor valor desde 7 de dezembro passado. Além das vendas de divisa por exportadores, houve entradas financeiras relativas a captações externas privadas que vêm sendo fechadas desde a semana passada, na esteira da emissão soberana do Brasil de US$ 825 milhões. Estes recursos, segundo o Tesouro Nacional, servirão para pagar dívida externa e não ingressarão nas reservas internacionais do País, que tinha saldo de US$ 351,901 bilhões na segunda-feira. O coordenador de Operações da Dívida Pública, José Franco de Morais, afirmou que o Tesouro também espera captar este ano títulos em reais no exterior, e que os meses de janeiro e agosto são, normalmente, "janelas" para emissões.
Com a queda de ontem, o dólar balcão ampliou a perda acumulada em janeiro para 3,53%. O movimento de baixa da moeda teve como pano de fundo notícias favoráveis sobre China, EUA e França. O fluxo positivo também garantiu um recuo do dólar ante o real mais forte do que observado pela divisa norte-americana no exterior, um aumento dos volumes de negócios aqui e o encolhimento do cupom cambial (taxa de juros em dólar). Segundo profissionais das mesas de câmbio, o dólar chegou num ponto em que novas quedas podem ocorrer, porém, em velocidade e intensidade mais fracos.
As bolsas tiveram um dia animado, com direito a rali na Europa, onde os ganhos alcançaram até 3%. Na Bovespa, as compras de ações, principalmente do setor de commodities, receberam um estímulo chinês. A balança comercial de dezembro do gigante asiático mostrando desaceleração das importações foi lida pelos investidores como um sinal de que Pequim pode adotar medidas para estimular a economia, o que beneficiaria a liquidez global. No momento mais animado, o Ibovespa testou os 60 mil pontos, mas chegou ao final da sessão abaixo desse patamar, aos 59.805 pontos, alta de 1,22%.
A uma semana do início da primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no ano, o mercado de juros consolidou ontem a aposta num segundo corte da taxa básica de juros, a Selic, de 0,50 ponto, em março, e numa taxa de 10% no final do trimestre, face os seguidos sinais de alívio do IPCA diário da Fundação Getúlio Vargas.
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