O acordo vai limitar a entrada de pares de calçados produzidos no Brasil e terá a duração de quatro anos
Os fabricantes argentinos de calçados, reunidos na Câmara de Indústrias do Calçado (CIC), receberam o apoio do governo para negociar um novo acordo de cotas com o Brasil. O acordo, segundo as exigências argentinas, limitaria a entrada de 12 milhões a 15 milhões de pares de calçados brasileiros por ano no mercado local. Horácio Moschetto, secretário-geral da CIC, afirma que os calçadistas argentinos pretendem que o novo acordo com o Brasil tenha duração de quatro anos. O acordo anterior, que venceu no dia 31 de dezembro, teve três anos de vigência.
Em 2008, as empresas brasileiras enviaram 18,5 milhões de pares para o mercado argentino. Em 2009, o Brasil exportou para a Argentina 15 milhões. No ano seguinte, as vendas foram de 14,2 milhões de pares. Em 2011, a entrada de calçados brasileiros foi similar a do ano anterior.
Além das exigências sobre a cota e a duração do acordo, os calçadistas argentinos querem que o pacto inclua um compromisso brasileiro de importar calçados argentinos. Do total da produção argentina - 115 milhões de pares - o país exporta para pouco mais de 1,5 milhão, isso é, 1%. Essa exigência tem o apoio direto da nova secretária de Comércio Exterior, Beatriz Paglieri, que concentra, desde dezembro, as decisões sobre barreiras comerciais.
Mas, ao contrário de outras ocasiões, dessa vez, não existe o argumento de "crise econômica interna" para a proteção do setor de calçados da Argentina. Enquanto em 2001 as indústrias locais fabricaram 36 milhões de pares e os importadores de todo o mundo ingressaram no país com outros 25 milhões, em 2010 as importações foram de 23 milhões. Em 2011, entraram no país 21 milhões de pares.
No entanto, enquanto as importações caem, nos últimos dez anos, o mercado local cresceu sem parar - por causa da reativação do consumo e das barreiras comerciais - atingindo atualmente 115 milhões de pares. O plano dos empresários argentinos é chegar aos 200 milhões de pares em 2020.
As cotas para as importações de calçados do Brasil foram criadas anos atrás como parte daquilo que o governo de Cristina Kirchner - por uma questão diplomática - denomina de "autorrestrições", as quais, indica, são "voluntárias".
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