terça-feira, 3 de abril de 2012

Com cotas definidas para 12 meses, acordo automotivo com o México entra em vigor

Fonte: Valor Econômico
Autor: João Villaverde

O novo acordo automotivo entre Brasil e México entra em vigor hoje - para o lado brasileiro. O governo edita hoje no "Diário Oficial da União" as cotas de exportações, em valor, que as montadoras instaladas no Brasil poderão fazer ao México nos próximos 12 meses. Pelo acordo, cada país determina como cumprirá sua parte, e, segundo fontes do governo brasileiro, os mexicanos devem fazer procedimento semelhante nos próximos dias.

Ao todo, as montadoras com fábricas no Brasil poderão exportar ao México até US$ 1,45 bilhão entre hoje e março de 2013. O governo avalia que as cotas vão estimular fortemente as exportações de veículos brasileiros.

As cotas que devem ser publicadas hoje por meio de portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, determinam quanto cada montadora poderá exportar neste período aos mexicanos. No topo da fila estão Volkswagen, Ford e Renault, que levarão vantagem graças ao principal critério para elaboração das cotas de exportação.


Segundo apurou o Valor, as cotas dão peso de 60% para a média móvel dos últimos três anos de exportações que cada montadora fez ao México. Outros 20% representam um espaço adicional que pode ser acionado por uma montadora caso ela extrapole sua cota - cenário improvável para os primeiros 12 meses do novo acordo, avaliou uma fonte do alto escalão do governo ontem, ao Valor. Os 20% restantes que compõem a cota são "abertos" a novos exportadores.

O governo tem em mãos o caso de uma fabricante de caminhões pequenos (cujo comércio com os mexicanos é previsto no novo acordo) que vai começar a exportar neste ano.

A área econômica do governo estima que os mexicanos vão importar pouco menos de US$ 600 milhões em veículos produzidos no Brasil nos 12 meses a partir de hoje. O governo entende que a "cota cheia" (de US$ 1,45 bilhão entre 2012 e 2013, US$ 1,54 bilhão entre 2013 e 2014, e US$ 1,64 bilhão entre 2014 e 2015) não deve ser alcançada até o fim do novo acordo automotivo com o México. O governo vai revisar anualmente a composição das cotas, cujo mecanismo da média móvel trianual para determinar 60% da conta "acomoda" eventuais mudanças.

O governo comunicou ontem as cotas aos empresários da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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