Fonte: Valor Econômico |
Autor: Guilherme Serodio |
A divergência entre países desenvolvidos e em desenvolvimento quanto a priorizar desempenho econômico ou proteção ambiental não deve travar a Rio+20. A opinião é do economista e ecologista Sérgio Besserman. "O mundo hoje é muito mais multipolar", disse. Ex-presidente do IBGE e ex-diretor da área social do BNDES, Besserman atua em questões ambientais há pelo menos duas décadas. Membro do conselho diretor da ONG WWF-Brasil, ele preside atualmente o grupo de trabalho da Prefeitura do Rio para a Rio+20. Por ser sediada no Brasil e ter como tema economia verde e combate à pobreza, Besserman acredita que a Rio+20 pode ter nos Brics uma força propulsora, "a favor de uma declaração política mais contundente, mais corajosa no enfrentamento das mudanças climáticas". Ele prevê que os líderes de Rússia, Índia, China e África do Sul virão todos à conferência. O economista não exime as potências emergentes de responsabilidade na implantação do desenvolvimento sustentável. Para ele, países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil "ainda padecem de uma visão anacrônica de que o combate à pobreza depende de manter o desenvolvimento nos padrões do século passado". Um equívoco, pois a crise ambiental se abate principalmente sobre "os pobres do planeta, [que estão] em posição mais vulnerável e têm menos recursos para se defender". Os emergentes precisam perceber que a fronteira tecnológica do Século XXI será definida pela economia de baixo carbono. "Se Brasil, China, Índia, África do Sul e Rússia se agarrarem ao modo antigo de produzir, poderão evitar alguns custos nos próximos anos, mas mais à frente pagarão o custo da perda de competitividade no novo modo de produção", disse. O Brasil tem que explorar o pré-sal, diz, mas o governo deveria concentrar seu ativismo e recursos no desenvolvimento das fontes de energia alternativas que serão mais competitivas no futuro, diz, quando o custo de emitir gases-estufa estiver no preço dos produtos. |
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Economista espera protagonismo dos Brics
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