quarta-feira, 4 de abril de 2012

China acelera abertura para o capital estrangeiro

Fonte: Valor Econômico

A China acelerou a abertura de seu mercado de capitais, mais do que dobrando a quantia que investidores estrangeiros podem aplicar em ações, bônus e depósitos bancários.

A comissão reguladora do mercado de capitais chinês aumentou as cotas para investidores institucionais qualificados estrangeiros de US$ 30 bilhões para US$ 80 bilhões, de acordo com comunicado em seu site. Investidores externos também serão autorizados a investir uma quantia extra de até 50 bilhões de yuans (US$ 7,9 bilhões) de câmbio local no país - ante os 20 bilhões de yuans permitidos anteriormente.

A China tem prometido liberar os controles sobre o yuan e liberalizar as taxas de juros, à medida que o governo aprofunda reformas para reaquecer o crescimento e contrabalançar a queda das exportações e o mercado imobiliário desaquecido.

"Mais medidas de abertura de seus mercados para investimento de fora são definitivamente positivas", afirmou Jeff Papp, analista sênior da Oberweis Asset Management. "Não é uma quantia enorme. Eles estão adotando um ritmo de pequenos passos para ver como os mercados reagirão com mais participantes", completou o analista.

O órgão regulador garantiu um total de US$ 24,6 bilhões em cotas para 129 companhias estrangeiras desde que o programa começou, em 2003, até o fim de março. Cerca de 75% dos ativos foram investidos em ações chinesas, e o restante em bônus e depósitos, de acordo com o comunicado divulgado.

O regulador acelerou o programa no mês passado, com um recorde de US$ 2,1 bilhões de cotas para 15 companhias. O valor é superior ao US$ 1,9 bilhão registrado em 2011 como um todo.

"O programa contempla nossa experiência de monitorar e regular os fluxos de investimento e de capital de fora", acrescentou o comunicado. "É uma experiência positiva para abrir mais o mercado e alcançar a conversibilidade do yuan sob a conta de capital."

O premiê Wen Jiabao está tentando atrair investimento internacional, num momento em que o crescimento perde força, o que levou o índice de referência Shanghai Composite a avançar 24% no ano passado. O país registrou o maior déficit comercial desde 1989 em fevereiro.

O investimento estrangeiro sob esse programa equivale a apenas um percentual de 1,1% do valor total do mercado das ações chinesas.

O aumento da cota "certamente ajuda os investidores estrangeiros", disse David Semple, diretor de ações internacionais da Van Eck Emerging Markets Fund, em Nova York. "Mas ainda há restrições em termos de quantia, transparência e repatriação do dinheiro. Há um longo caminho até se alcançar o ideal para o investidor estrangeiro."

"Devemos fazer um ajuste fino nessa política o mais rapidamente possível, em resposta às mudanças de situação", disse Wen Jiabao a funcionários do governo local em Fuzhou, de acordo com um comunicado publicado no site oficial do governo chinês.

O índice Shanghai Composite caiu 3,7% na semana passada, em sua quarta baixa consecutiva. Os mercados estão fechados na China até o dia 5 por um feriado.

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