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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Ministro assina protocolo para exportação de milho para a China

Fonte: Ministério da Agricultura
 
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Antônio Andrade, assinou dois acordos na China nesta quarta-feira, 6 de novembro, durante a reunião da Comissão Sino-Brasiliera de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), em Pequim, na China. O primeiro trata de exportação de milho brasileiro ao país asiático e, o outro, de biotecnologia.
 
O protocolo assinado entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da República Popular da China (Aqsiq) permite a exportação de milho brasileiro para a China.
 
Com base nas garantias fitossanitárias negociadas, o Mapa emitirá um Certificado Fitossanitário que irá amparar as exportações a serem realizadas.
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Caso do Aço – Dumping e Subsídios - Órgão de Apelação conclui que a China não cumpriu com as obrigações da OMC

O Órgão de Apelação (OA) da Organização Mundial do Comércio (OMC) distribui aos Membros da Organização o relatório emitido no conflito entre EUA e China, relativo à imposição pelo governo chinês de direitos antidumping e de medidas compensatórias contra as exportações estadunidenses de aço utilizado na indústria de energia elétrica (DS414).
De acordo os EUA, o direito antidumping imposto pela China foram aplicados de forma irregular, uma vez que a investigação não ocorreu conforme determina os acordos da OMC, principalmente no que respeita ao princípio do devido processo legal, da transparência, da ampla defesa e do contraditório. Além disso, questionou a base de cálculo das taxas, falta de clareza quanto aos critérios para estabelecer o nexo de causalidade e argumentos que fundamentaram a decisão chinesa.
 
Segundo o Acordo Antidumping e o Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC, o direito antidumping e as medidas compensatórias são defesas comerciais permitidas pela OMC contra o dumping e subsídios, respectivamente. Em ambos os casos, os Estados só poderão adotar a defesa comercial quando for comprovada a existência de três elementos: conduta desleal (dumping ou subsídios), dano ou ameaça de dano e nexo de causalidade (entre a conduta e o dano). Ademais, os acordos determinam que, para verifica a existência destes elementos, é necessária a abertura de uma investigação, devendo ser permitido às partes (Estados ou pessoas privadas) “investigadas” ter acesso a todos os documentos, informações e ou dados relativos ao processo, a fim de que possam se defender das acusações apresentadas (ampla defesa e contraditório). Além disso, a taxa da medida de defesa comercial deverá ser calculada de forma proporcional ao dumping e ao subsídio.
 
No caso em comento, o Órgão de Apelação concordou com a posição do painel, no sentido de que a China agiu de forma inconsistente com as normas da OMC, em especial: a) iniciou as investigações sem que houvesse provas suficientes; b) não apresentou o cálculo das taxas de acordo com os fatos existentes, além de calcular as medidas de defesa comercial sem base fundamentada; c) não apresentou argumentos claros sobre sua decisão; d) deixou de divulgar os fatos essenciais que fundamentaram suas conclusões, inclusive sobre o que respeita ao dano a indústria chinesa; e) deixou de examinar objetivamente as evidências apresentada; f) apresentou suas conclusões sem suporte de dano à indústria doméstica da China.
 
O próximo passo será a aprovação do relatório emitido pelo OA pelo Órgão de Solução de Conflitos da OMC, que somente poderá rejeitá-lo mediante consenso negativo. Mais informações sobre o procedimento de solução de controvérsias da OMC, clique aqui.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Caso Têxtil – Subsídios – México solicita consultas com a China

Ontem, 15 de outubro de 2012, o México enviou uma notificação à Organização Mundial do Comércio (OMC) solicitando a celebração de consultas com a China, alegando que o governo chinês vem concedendo subsídios à produção e exportação de produtos de vestuário e têxteis.
 
 
Segundo o México, a China está favorecendo de forma direta e indireta a produtores têxteis locais, por meio de isenções fiscais, empréstimos subsidiados e perdão de dívidas contraídas por bancos controlados pelo governo chinês, causando prejuízos aos interesses mexicanos. Acrescenta, ainda, que tais subsídios são classificados como acionáveis e proibidos, além de incompatíveis com os compromissos assumidos pela China no âmbito do Protocolo de Adesão, Acordo de Agricultura, Acordo de Medidas de Subsídio e Direitos Compensatórios, bem como do GATT.
 
 
Procedimento de solução de controvérsias
 
De acordo com o Acordo de Solução de Controvérsias da OMC, o procedimento para solucionar os conflitos dentro da Organização é constituído três etapas: a via diplomática (negociação entre as partes mediante consultas); a jurisdicional (análise e relatório do Painel ou do Órgão de Apelação); e a aplicação de resolução, que inclui a possibilidade de adotar sanções se a parte vencida não cumprir com as recomendações.
 
Conforme visto acima, o México solicitou consultas, ou seja, a instauração da primeira etapa do procedimento. Neste período, China e México deverão negociar entre si, para tentarem solucionar o conflito sem interferência de terceiros. Caso não cheguem a um acordo, será iniciada a via jurisdicional, mediante o estabelecimento do painel (grupo formado por 3 a 5 pessoas, que analisará o conflito e elaborará um relatório contendo os fatos, argumentos das partes, e a posição do grupo sobre as questões levantadas).

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

China acusa EUA de protecionismo no caso Huawei-ZTE

 
Fonte: O Estado de S. Paulo
Autora: Cláudia Trevisan
Governo americano alega questões de segurança para impedir empresas chinesas de fazerem aquisições ou fusões
 
A China acusou ontem os Estados Unidos de protecionismo, em resposta às conclusões de investigação do Congresso segundo a qual as fabricantes de equipamentos de telecomunicações Huawei e ZTE representam uma ameaça à segurança americana e devem ser impedidas de fazer aquisições ou fusões no país.
 
Resultado de investigação de quase um ano do Comitê Permanente sobre Inteligência, o relatório divulgado anteontem também recomendou que o governo exclua as empresas de sua lista de fornecedores e encorajou o setor privado a fazer o mesmo.
 
"Protecionismo e intervenção antimercado não são uma escolha sábia de Washington", disse comentário veiculado pela agência oficial de notícias Xinhua.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Brasil aplica direito antidumping definitivo nas importações de ácido cítrico originárias da China


Por meio da Resolução nº 52/2012, publicada no DOU desta quarta-feira (25/07/2012), foi determinada a aplicação de direito antidumping definitivo, por um prazo de 5 (cinco) anos, na forma de alíquota específica, fixadas em dólares estadunidenses por tonelada, nas importações de ACSM (ácido cítrico, citratos de sódio, citratos de potássio, citratos de cálcio e misturas de ácido cítrico com citratos de sódio, citratos de potássio ou citratos de cálcio, misturas desses sais de ácido cítrico, ou ainda mistura destes com açúcar - NCM 2918.14.00 e 2918.15.00) originárias da China.

Para aplicar a referida medida, o governo brasileiro iniciou uma investigação e constatou a existência de dumping nas exportações de ACSM da China ao Brasil, e de dano à indústria doméstica decorrente de tal prática. A medida de defesa comercial será imposta por um período de 5 (cinco) anos, na forma de alíquotas específicas, fixadas em dólares estadunidenses por tonelada, visando neutralizar os danos causados a indústria doméstica.
 
 
Cumpre salientar que foi aceito e homologado o compromisso de preço nas importações brasileiras de ACSM quando originárias da República Popular da China, fabricado pelas empresas COFCO Biochemical (Anhui) Co. Ltd., Anhui BBCA Maanshan Biochemical Co., RZBC Co. Ltd., TTCA Co. Ltd. e Weifang Ensign Industry Co. Ltd. e exportado por essas mesmas empresas ou pelas empresas RZBC Import & Export Co. Ltd., Natiprol Lianyungang Corporation e Wenda Co. Ltd. O compromisso de preços é um acordo entre as empresas acusadas de dumping e a indústria nacional, no qual as empresas se comprometem a se abster de praticar o ato desleal, não sendo aplicado o direito antidumping nas referidas importações.

Os produtos acima mencionados são utilizados pela indústria de alimentos e bebidas e na fabricação de produtos farmacêuticos e de limpeza.


A OMC e o Direito Antidumping

De acordo com a OMC (Organização Mundial do Comércio), as únicas barreiras que os Estados podem aplicar ao comércio de bens são as tarifas, sendo proibida a imposição de cotas ou outras taxas. Além disso, as tarifas não podem ser majoradas, pelo contrário, deverão ser reduzidas progressivamente por meio de rodadas de negociação.

Excepcionalmente poderão ser aplicadas outras barreiras comerciais. Dentre estas exceções, estão as medidas de defesa comercial:

a) Direito antidumping – resposta ao dumping;

b) Medidas compensatórias – defesa contra os subsídios;

c) Salvaguardas – quando ocorrer o aumento repentino das importações.

Em todos os três casos, a OMC estabelece requisitos que deverão ser constatados mediante uma investigação interna, que pode durar até um ano. Somente o dano, não enseja a aplicação destas medidas.

Portanto, se o setor deseja a aplicação de medidas de defesa comercial, deverá solicitá-las por meio de uma petição dirigida ao MDIC. Após a análise da petição, o Ministério poderá abrir uma investigação a fim de constatar a presença dos elementos que justifiquem a defesa comercial.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

OMC | Noticias 2012 - Los EE.UU., la UE y el Japón piden reunión del OSD para tratar solicitudes de establecimiento de un grupo especial con respecto a la política de China sobre las tierras raras

OMC | Noticias 2012 - Los EE.UU., la UE y el Japón piden reunión del OSD para tratar solicitudes de establecimiento de un grupo especial con respecto a la política de China sobre las tierras raras


El 27 de junio de 2012, los Estados Unidos, la Unión Europea y el Japón solicitaron una reunión extraordinaria del Órgano de Solución de Diferencias (OSD), que se celebrará el 10 de julio de 2012, a fin de estudiar sus respectivas solicitudes de establecimiento de un grupo especial para examinar las medidas de China relacionadas con la exportación de tierras raras (DS431, DS432 y DS433).

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Brasil e China produzem relatório sobre estatísticas de comércio exterior

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Brasília (21 de junho) – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e o ministro do Comércio da China, Chen Deming, assinaram hoje o Relatório de Divergências Estatísticas do Comércio Bilateral de Mercadorias, durante o encontro da presidente Dilma Rousseff com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, no Rio de Janeiro.

O relatório foi feito pelo grupo de harmonização estatística, com representantes dos dois governos, que identificou as causas das divergências entre os números do comércio exterior bilateral.

O documento servirá de base para futuras análises, mas Brasil e China irão continuar a elaborar as suas estatísticas sem alterações. Somente nas análises bilaterais é que deverão ser consideradas as causas identificadas, o que é importante para compreender as diferenças nos dados e ainda para facilitar os diálogos e as negociações comerciais.

Em 2011, por exemplo, o Brasil contabilizou exportações de US$ 30,8 bilhões para a China e importações de US$ 25,6 bilhões, com registro de superávit de US$ 5,2 bilhões. Já pela contabilidade chinesa, as exportações brasileiras para o país foram de US$ 38 bilhões, no período, e as compras brasileiras da China, de US$ 24,5 bilhões, com o país asiático aferindo déficit de US$ 13,5 bilhões.

De acordo com o relatório, essas diferenças se devem fundamentalmente a duas causas. Primeiro, o fato de a China contabilizar o comércio incluindo custos de frete e seguro, enquanto o Brasil não inclui essas despesas. Segundo, o fato de haver comércio indireto, quando mercadorias produzidas na China são vendidas para outro país e, posteriormente, esses produtos são adquiridos pelo Brasil, sendo que a contabilidade brasileira registra a origem chinesa, mas a contabilidade chinesa, o destino referente ao outro país.

Ministro anuncia plano que amplia relações com a China

Fonte: Valor Econômico
Autoras:  Juliana Ennes e Paola de Moura

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem, no Rio, um conjunto de iniciativas para aproximar as relações comerciais entre o Brasil e a China nas áreas comercial, tecnológica, de investimentos, agrícola e cultural. "Foi fechado um plano decenal de cooperação", explicou o ministro.

A China vai fechar um novo contrato de compra de aviões Embraer, através de leasing. Também vai implantar uma fábrica para construir jatos da companhia no território chinês. O Brasil também convidou a China para ampliar seus investimentos no setor de petróleo e de automóveis.

No campo financeiro, os dois países estão ampliando o acordo multilateral assinado pelos Brics em Los Cabos, no México, para constituir um fundo de "swap", a ser usado pelos países que necessitarem de recursos financeiros.

Os dois países assinarão em breve um "swap" de moeda local de R$ 60 bilhões. "Com isso, a China poderá sacar até o equivalente a R$ 60 reais e utilizar em reservas no comércio de seu país. Assim como nós poderemos sacar o equivalente em yuans", afirmou Mantega. "Teremos uma reserva adicional no momento em que a economia está estressada."

quarta-feira, 20 de junho de 2012

China e Índia acertam parceria para atuação global

Fonte: Valor Econômico
Autor: Rakesh Sharma | The Wall Street Journal, de Nova Déli

As maiores empresas petrolíferas da Índia e da China fecharam acordo para explorar conjuntamente petróleo e gás natural em todo o mundo. Trata-se de uma tentativa de pôr de lado uma longa rivalidade e fazer melhor uso dos seus conhecimentos e recursos financeiros para garantir o suprimento de combustível às suas economias em rápido crescimento.

Embora os dois países deficientes em energia já trabalhem juntos em projetos internacionais de petróleo, eles têm um histórico de relações ruins e de propostas de alianças para comprar ativos estrangeiros e petróleo bruto que na maioria das vezes não vingaram.

De acordo com pacto preliminar assinado segunda-feira entre a estatal indiana Oil & Natural Gas Corp. e a chinesa National Petroleum Corp., elas vão explorar conjuntamente ativos em outros países, consolidando parcerias existentes em Mianmar, Síria e Sudão.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Caso do Aço – EUA ganham 1ª etapa no conflito com a China

Foi publicado nesta sexta-feira, 15 de junho de 2012, o relatório do painel (grupo formado para examinar os conflitos no âmbito da Organização Mundial do Comércio – OMC) na reclamação apresentada pelos EUA contra a China a respeito da imposição de direitos anti-dumping e de medidas compensatórias sobre as importações de aço de uso da indústria de energia elétrica dos Estados Unidos.


Reclamação:

Em setembro de 2010 os EUA solicitaram consultas com a China, em virtude de controvérsias quanto a aplicação de direitos antidumping e de medidas compensatórias importas pelo governo chinês contra as exportações estadunidenses de aço utilizado na indústria de energia elétrica.

Segundo os EUA, as medidas impostas pela China foram aplicadas de forma irregular, uma vez que a investigação não ocorreu conforme determina os acordos da OMC, principalmente no que respeita ao princípio do devido processo legal, da transparência, da ampla defesa e do contraditório. Além disso, questionou a base de cálculo das taxas, falta de clareza quanto aos critérios para estabelecer o nexo de causalidade e argumentos que fundamentaram a decisão chinesa.

Em virtude da ausência de acordo entre os Estados durante as consultas, e mediante o pedido dos EUA, o Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC estabeleceu o painel em março de 2011.


Regras da OMC para Direito Antidumping e Medidas Compensatórias

O Direito Antidumping e as Medidas Compensatórias  são defesas comerciais permitidas pela OMC contra o dumping e subsídios, respectivamente, conforme o Acordo Antidumping e o Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias.

Em ambos os casos, os Estados só poderão adotar a defesa comercial quando for comprovada a existência de três elementos: conduta desleal (dumping ou subsídios), dano ou ameaça de dano e nexo de causalidade.

Para verifica a existência destes elementos, é necessária a abertura de uma investigação, devendo ser permitido às partes (Estados ou pessoas privadas) “investigadas” ter acesso a todos os documentos, informações e ou dados relativos ao processo, a fim de que possam se defender das acusações apresentadas (ampla defesa e contraditório).

Além disso, a taxa da medida deverá ser calculada de forma proporcional ao dumping e ao subsídio.


Conclusões do Painel

Nesta sexta-feira foi distribuído o relatório do grupo especial, contendo, em resumo, as seguintes conclusões:

• A China iniciou as investigações sem que houvesse provas suficientes;
• A China não apresentou o cálculo das taxas de acordo com os fatos existentes, bem, como calculou as medidas de defesa comercial sem base fundamentada;

• A China não apresentou argumentos claros sobre sua decisão, bem como deixou de divulgar fatos essenciais que fundamentam suas conclusões, inclusive sobre o que respeita ao dano a indústria chinesa;

• A China deixou de examinar objetivamente as evidências apresentadas;

• Fazer conclusões sem suporte de dano à indústria doméstica da China.

Presença de firmas brasileiras na China ainda é tímida

Fonte: Valor Econômico
Autor:  Sergio Lamucci

Claudio Frishtak, consultor do CEBC, diz que é preciso paciência para conquistar a confiança dos chineses

A presença das empresas brasileiras na China ainda e tímida, como evidencia o baixo volume de investimentos em atividades produtivas no país asiático, mostra estudo inédito do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). Até 2010, o estoque investido por companhias do Brasil na economia chinesa somava US$ 573 milhões, segundo números do Ministério do Comércio da China, uma fração do US$ 1,1 trilhão recebido pelo país até aquele ano.

Mudar esse quadro e ampliar o espaço das empresas brasileiras na China é difícil, mas não impossível, exigindo persistência empresarial e política, assim como uma visão de longo prazo que fortaleça relacionamentos com os parceiros chineses, diz o economista Claudio Frishtak, consultor do CEBC e responsável geral pela pesquisa.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Subsídio chinês é atacado por países na OMC

Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: Jamil Chade

Governos, inclusive o brasileiro, acusam Pequim de não ser transparente e dar incentivos ilegais


A "caixa-preta" chinesa passa a ser alvo de críticas mundiais e a intervenção do Estado nas exportações e políticas indústrias estaria criando grandes distorções na economia internacional. Ontem, a Organização Mundial do Comércio (OMC) e governos, entre eles o brasileiro, acusaram Pequim de não ser transparente no volume de subsídios que destina ao setor produtivo e afirmam que essa ajuda poderia causar impactos até no comércio agrícola mundial.

Para vários países, a suspeita é de que o avanço das exportações chinesas não está apenas baseado em sua competitividade, mas também em subsídios ilegais. A acusação é de que, com reservas de US$ 3,2 trilhões, o Estado está financiando a competitividade das indústrias e deslocando concorrentes pelo mundo.

A sabatina com a China, prevista para esta semana em Genebra, está sendo marcada pelas duras críticas ao maior exportador mundial, principalmente por causa da ingerência do Estado no financiamento ilegal da competitividade das vendas do país.

A China contra-atacou, alertando que a ação dos países ricos na crise - com injeção de trilhões de dólares nas economias e o protecionismo - é que está intensificando a concorrência. Para o ministro adjunto de Comércio, Yu Jianhua, o superávit comercial do país está em queda, a moeda foi valorizada e o crescimento interno foi em parte freado.

A OMC tem posição diferente e faz um alerta sobre o papel do Estado na construção da competitividade chinesa. "Subsídios e outras ajudas do governo são elementos importantes na política comercial da China e de sua política industrial", indica a OMC em seu relatório sobre a situação do país. Diplomática, a entidade acusou Pequim de ter uma política comercial e de investimentos "opaca e complexa".

A Europa também não deixou de atacar, acusando a falta de transparência da China em relação a seus programas de ajuda e afirmando que a interferência do Estado na economia provoca distorções. Segundo a OMC, estatais ainda se beneficiam de custos menores e melhor acesso a capital que empresas privadas.

Segundo a entidade, parte dessa ajuda estaria também indo para a agricultura. Se durante anos o Brasil questionou os subsídios americanos e europeus ao setor, poderá ter de começar a levantar questões sobre a ajuda dada também por Pequim.

O Itamaraty também destacou o desequilíbrio comercial. Hoje, 40% do superávit brasileiro vem das vendas à China, que cresceram 312% entre 2007 e 2011, tornando o país o maior parceiro comercial do Brasil.

Brasil evita críticas à China na OMC

Fonte: Valor Econômico
Autor: Assis Moreira

Fricções com a China são inevitáveis à medida que o comércio bilateral aumenta, avaliou o Brasil, durante exame da política comercial chinesa, ontem, na Organização Mundial do Comércio (OMC). O país adotou tom moderado com seu principal parceiro comercial, com o qual fez 40% de seu superávit no ano passado. Já os EUA e a União Europeia (UE), com déficit com os chineses, atacaram forte.

A China foi o destino de 17,3% das exportações brasileiras e origem de 14,5% das importações do país em 2011. O saldo comercial para o Brasil foi de US$ 12 bilhões, em boa parte pela alta de preços de três produtos - minério de ferro, soja e petróleo -, que, juntos, representam quase 80% das exportações brasileiras para o mercado chinês. Em contrapartida, as importações procedentes da China são quase inteiramente de produtos industriais -maquinários e químicos representam 55%.

Para o embaixador brasileiro na OMC, Roberto Azevedo, o comércio bilateral está caracterizado por um certo grau de preocupação, "especialmente entre os setores industriais, confrontados com o desafio de ter de responder à penetração rápida e crescente das exportações chinesas, como têxteis".
Azevedo acrescentou que, embora haja problemas, os dois governos têm disposição de encontrar soluções e estão reforçando mecanismos para cooperação e diálogo, tanto bilateral como multilateralmente, nos Brics e em foros como a OMC. "Os dois países estão trabalhando ainda mais juntos para continuar a estimular o comércio bilateral, e, ao mesmo tempo, adotando medidas para diversificá-lo mais", afirmou.

O diplomata disse que o Brasil nota "com satisfação" os esforços da China para ajustar a taxa de câmbio, levando o yuan a uma cotação "mais próxima de um nível de equilíbrio" e espera que isso seja alcançado plenamente.

A China recebeu 1.720 questões de 30 países, refletindo a preocupação com a política comercial chinesa. As perguntas do Brasil abordam diplomaticamente a inquietação sobre transparência, barreiras etc. Já os EUA reclamaram diretamente de crescente intervenção estatal e interferência na economia chinesa, e de persistentes problemas na China em setores como serviços, agricultura e propriedade intelectual.

Para Washington, os chineses estão dando marcha a ré em seus esforços de liberalização do mercado. Os EUA apontaram subsídios em alta para vários produtos agrícolas, incluindo o que parece ser o maior volume de ajuda para produtores de algodão.

Como era previsível, a UE se juntou às criticas, estimando que a intervenção estatal dá vantagem para as empresas locais. Para os europeus, a principal preocupação é com a falta de transparência chinesa nas políticas comercial e de investimentos. A China aplica tarifa média de 9,5% nas importações, mas a OMC considera o regime comercial chinês "complexo".

Longe de ficar na defensiva, Yu Jianhua, vice-ministro de Comércio da China, afirmou que, apesar do ambiente "econômico e comercial complicado", o país continua abrindo sua economia, expandindo a demanda doméstica e as importações estão em alta constante. Segundo ele, o superávit comercial continua em declínio, tendo caído de US$ 298 bilhões, em 2008, para US$ 155 bilhões no ano passado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

País levanta questões sobre política chinesa na OMC

Fonte: Valor Econômico
Autor: Assis Moreira

O Brasil quer saber da China como funcionam as transações comerciais por tradings estatais na área agrícola e a gestão das cotas tarifárias por essas empresas. Também quer esclarecer quais os critérios que Pequim utiliza para definir "imposição arbitrária" de medidas antidumping sobre exportações chinesas.

A política comercial da China será examinada de hoje a quinta-feira na Organização Mundial de Comércio (OMC) pelos países-membros. O número elevado de questões levantadas pelo Brasil vai ilustrar a que ponto a relação bilateral cresceu. O comércio bilateral aumentou 230% entre 2007 e 2011, pulando de US$ 23 bilhões para US$ 77 bilhões. As exportações brasileiras para o mercado chinês registraram alta de 312%. As importações foram 160% maiores no período.

Ao contrário de outros exames de políticas comerciais, onde há apenas algumas questões específicas, o Brasil, no caso da China, pretende obter informações sobre ambiente econômico e objetivos de política comercial, peso dos investimentos no crescimento do PIB e o papel do comércio internacional no novo "equilíbrio", da economia chinesa, além de detalhes sobre transparência e decisões tomadas pelas províncias do país e que podem afetar o comércio.

Há interesse brasileiro também nos métodos de valoração aduaneira; importações proibidas; celeridade do licenciamento automático; aplicação da regulamentação antitruste sobre empresas estatais; políticas de apoio ao setor automotivo; critérios para seleção de setores que receberão créditos oficiais à exportação; políticas industriais para investimento estrangeiro associadas a regras de performance exportadora.

Enfrentando cada vez mais a concorrência dos produtos chineses, o Brasil vai indagar sobre recursos alocados ao plano de revitalização de nove setores industriais, entre eles siderurgia, têxteis, automotivo, petroquímicos, máquinas e equipamentos e eletrônicos, e um de serviços (logística); forma de notificação do subsídio a máquinas e implementos agrícolas e campanha em favor da proteção de propriedade intelectual.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Comércio externo da China indica reação


Fonte: O Estado de S. Paulo
Autora: Cláudia Trevisan
Indicadores surpreendem o mercado e mostram o comércio exterior com crescimento acima do esperado, ao mesmo tempo em que a inflação cai


Depois do choque negativo com os dados de abril, a economia chinesa surpreendeu positivamente em maio, quando houve aumento acima do esperado no comércio exterior e desaceleração da inflação para 3%. A produção industrial veio abaixo do projetado por analistas, mas fechou em patamar superior ao registrado no mês anterior.

Ao mesmo tempo em que indica perda de fôlego da atividade econômica, a redução da pressão dos preços amplia o espaço para o governo chinês adotar medidas de apoio ao crescimento econômico, depois do primeiro corte da taxa de juros em mais de três anos, anunciado na quinta-feira.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

UE prepara mega-ação comercial contra a China

Autor(es): Por Joshua Chaffin | Financial Times
Valor Econômico - 30/05/2012

Em fevereiro, as duas autoridades mais graduadas da União Europeia (UE) chegaram a Pequim para um encontro tendo em mente pedir um favor caro aos anfitriões: dezenas de bilhões de euros para ajudar a combater a crise da dívida do continente europeu.

Mas, enquanto José Manuel Durão Barroso e Herman Van Rompuy, respectivamente os presidentes da Comissão Europeia e do Conselho Europeu, tentavam seduzir o premiê chinês, Wen Jiabao, em Bruxelas burocratas tramavam algo completamente diferente. Eles estavam reunindo evidências para uma disputa comercial sem precedentes que, segundo acreditam alguns observadores, poderá provocar uma escalada dramática nas tensões com a China.

Ela se baseia em alegações de que o governo chinês subsidiou ilegalmente suas companhias de equipamentos de telecomunicações, que se expandem em ritmo acelerado, incluindo a Huawei e a ZTE, ajudando-as a crescer à velocidade da luz para abocanhar negócios de concorrentes ocidentais como a Nokia e a Alcatel.

O caso é um desvio do foco da União Europeia nos produtos baratos, como têxteis e cerâmicos, e mira claramente os negócios de alta tecnologia. Se ele for em frente, também representará a primeira vez que a UE abre uma investigação comercial por iniciativa própria, e não a pedido de uma companhia europeia. Jonathan Holslag, do Brussels Institute of Contemporary China Studies, diz que os chineses "verão isso como uma declaração de guerra".

terça-feira, 29 de maio de 2012

China começa a pôr em ação pacote de estímulos

Fonte: Valor Econômico
O pacote de estímulos à economia do governo chinês para combater a desaceleração poderá chegar a 2 trilhões de yuans (US$ 315 bilhões). Esse valor, calculado por analistas do Credit Suisse, corresponde à metade das medidas adotadas em 2008. Um primeiro passo já foi dado com a decisão de reativar incentivos para que consumidores troquem seus carros por modelos mais novos. Além disso, o governo decidiu que irá abrir o seu sistema bancário para investidores do setor privado.

Segundo Tao Dong, economista do banco baseado em Hong Kong, as ações do governo irão ajudar a retomada do crescimento, o qual pode frear para 7% ou "ligeiramente menos" neste trimestre.

O primeiro-ministro Wen Jiabao, em declarações recentes, prometeu dar mais atenção à recuperação do ritmo de expansão econômica após a divulgação de dados fracos de comércio e demanda doméstica em abril. Para Tao, os esforços do governo podem ajudar a levar o Produto Interno Bruto (PIB) chinês no segundo semestre para um nível entre 8% e 8,6%.

"Essas políticas de estímulo podem conter o esfriamento no crescimento e na demanda de investimentos, mas provavelmente não o bastante para repetir uma reação ao estilo da de 2009", disse Tao.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Moeda chinesa atinge ponto de equilíbrio e pode até se desvalorizar

Fonte: Valor Econômico
Autor:  Robert Cookson

Por ser um preço que afeta todo o comércio e os investimentos entre as duas maiores economias do mundo, o câmbio entre o yuan e o dólar há muito vem sendo uma fonte de controvérsia política.

Assim foi mais uma vez na semana passada, quando o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Tim Geithner, afirmou aos seus colegas chineses, mais uma vez, que o yuan "precisa" se valorizar mais em comparação ao dólar e a outras moedas.

Desta vez, o tom foi mais brando que no passado. Ao falar no encontro anual EUA-China, em Pequim, Geithner disse que o yuan subiu 13% em relação ao dólar, em termos reais, nos últimos dois anos.

China já usa yuan em 8% do seu comércio exterior

Fonte: Valor Econômico
Autor:  Assis Moreira

A internacionalização do yuan, a moeda chinesa, continua avançando, em meio a questionamentos sobre o dólar como moeda internacional de reserva e no rastro da fragilidade do euro, confirmam entidades bancárias.

No período espaço de apenas dois anos, 8% do comércio exterior da China passou a ser denominado em yuan, revelam dados do Instituto Internacional de Finanças (IIF), entidade que reúne os maiores bancos do mundo.

Em comparação, 30% do comércio exterior do Japão é em iene, apesar de a moeda japonesa ser, há muito tempo, uma das moedas internacionais de reserva, juntamente com o dólar americano e o euro.

Ao final de 2011, cerca de 10% das importações chinesas já eram faturadas em yuan. Ou seja, desde que investidores e companhias estrangeiras passaram a deter a moeda chinesa, importadores aumentaram os pagamentos a estrangeiros em Hong Kong na moeda chinesa, segundo o Deutsche Bank.

Brasil quer exportar mais para a China

Fonte: Valor Econômico

O yuan chinês se desvalorizou 45% em relação ao real brasileiro e 30% contra a rupia indiana desde 2000, segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF), ilustrando a diferença de competitividade dos grandes emergentes. Nesse período, o yuan se valorizou 30% frente ao dólar americano.

Nesse cenário, uma recente visita de negociadores do Brasil a Pequim, para tentar convencer os chineses a reduzir picos de exportação para mercado brasileiro, não teve avanços - nem surpresas.

"No momento", segundo uma fonte, o que está "prosperando" com Pequim são "discussões" para o Brasil poder exportar mais manufaturados ao mercado chinês.

O Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior (MDIC) fez um cruzamento de dados sobre o que a China importa de manufaturados, mas não do Brasil, e o que poderia passar a comprar de produtos brasileiros.

Antes de ir a Pequim, o secretário-executivo do MDIC, Alessandro Teixeira, disse em Doha (Qatar) que prefere se concentrar em "vender mais" para a China. O Brasil discutiria a redução de barreiras para exportar mais cereais.

Nos fóruns mundiais, a China vem ampliando a pressão por menos protecionismo comercial.

A intenção brasileira, já de um bom tempo, é tentar convencer Pequim a "segurar" certas exportações para o Brasil, como têxteis. Mas a China vem é aumentando cada vez mais as exportações para os emergentes, para compensar a queda das vendas para a Europa. "Os mercados emergentes são cada vez mais estratégicos para as exportações chinesas, o aumento de suas vendas é cada vez maior", diz Mark William, economista chefe para a China da consultoria Capital Economics, de Londres.