quinta-feira, 15 de março de 2012

Setor privado tenta relançar a Rodada Doha

Fonte: O Estado de S. Paulo
Proposta é reabrir o debate com novos temas, trazendo a liberalização de investimentos de volta às negociações

Diante da impotência de governo em superar os impasses da Rodada Doha, o setor privado mundial tenta tomar as rédeas do processo e relançar as negociações com novos temas. Os empresários insistem que está na hora de recolocar a liberalização de investimentos de volta na negociação, rejeitada há dez anos pelos emergentes. Mas alertam que não seria o momento de incluir o câmbio na agenda da OMC.

Lançada em 2001, a Rodada Doha está sem direção. Pascal Lamy, diretor da OMC, admite que não existe "energia política" dos governos neste momento.

Agora, a Câmara Internacional de Comércio lança uma iniciativa para reunir CEOs do mundo todo para repensar a Rodada.

"Quando os grandes acordos não avançam, precisamos repensar as estratégias e voltar ao setor privado e saber onde estão os obstáculos reais para o comércio. Há uma distância muito grande entre as declarações do G-20 e a realidade das negociações", disse Lamy.

Victor Fung, presidente da multinacional Li & Fung, é quem vai liderar os trabalhos durante todo o ano de 2012. Ele admite que a crise mostrou ao setor privado que é preciso uma nova liberalização. "Precisamos pedir que os negociadores voltem a olhar o mundo real. Hoje, estamos negociando leis para um mundo que não existe mais", atacou o empresário, uma das 500 maiores fortunas do mundo.
Segundo ele, a OMC ainda opera como se cada produto fosse produzido apenas em um país. "Hoje, as cadeias de fornecimento são muito mais complexas."

Sobre a proposta de incluir o câmbio nas negociações, o presidente da Câmara Internacional de Comércio, Gerard Worms, é cético. "Avaliamos que não há espaço e, se o assunto for incluído, o impasse será maior."

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