sexta-feira, 16 de março de 2012

Alíquota de 1% beneficiaria 90% da indústria têxtil

Fonte: Valor Econômico
Autor:  Carlos Giffoni

A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) calcula que mais de 30% das empresas do setor de confecção passaram a pagar mais impostos com a alíquota de 1,5% sobre o faturamento bruto, a título de contribuição previdenciária, medida adotada pelo governo no Plano Brasil Maior e que atualmente não vale para o setor têxtil. Se a alíquota for reduzida para 1% para os dois segmentos, como reivindica a entidade, a expectativa da Abit é que 90% das empresas sejam beneficiadas, ou seja, paguem menos. "Acredito que em duas semanas nós teremos a decisão sobre a alíquota", disse o presidente da Abit, Aguinaldo Diniz, após reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"A discussão sobre a alíquota ficou mais forte com o quadro de desindustrialização se acentuando. A redução de 1,5% é um sinal para o objetivo maior do governo de recuperar a competitividade desses setores. Com a alta taxa de formalização da nossa economia, a tendência é que a carga tributária ganhe peso sobre o Produto Interno Bruto (PIB), mas devemos fazer um plano de longo prazo para a redução dos tributos", diz Fernando Pimentel, diretor-executivo da entidade. Para ele, o governo brasileiro tem que criar uma agenda de desoneração permanente. "Não serão medidas pontuais e de curto prazo que resolverão o problema, já classificado como estrutural", disse.

Enquanto o setor têxtil e de confecção discute com o governo a desoneração da folha de pagamento, uma parceria público-privada entre a Agência Brasileira de Exportações e Investimentos (Apex) e a Abit, assinada ontem, garante R$ 17,5 milhões em investimentos em empresas do setor nos próximos 12 meses. O objetivo do programa é ampliar as exportações dessas empresas e promover a sua internacionalização.


Em 11 anos de existência as empresas do setor têxtil beneficiadas pelo programa de exportação da moda brasileira Texbrasil cresceram, em média, 17%, enquanto o crescimento do setor nacional nesse período foi de 7%. Na confecção, as empresas contempladas pelo Texbrasil cresceram 4% no mesmo intervalo, mas o setor no Brasil avançou 2%.

Entre as principais iniciativas do programa está a de promover o conceito de marca nacional para esses dois setores no mercado internacional, o que ajuda a valorizar o produto. Fazem parte do Texbrasil, renovado ontem, 348 empresas, que representam 42% das exportações brasileiras no setor. A expectativa para 2012 é de crescimento de 5% nas exportações.

Nenhum comentário:

Postar um comentário