Jim Yong Kim, o indicado pelos Estados Unidos para comandar o Banco Mundial, vem sendo questionado devido a um livro, do qual é coautor, que critica o "neoliberalismo" e "o crescimento econômico puxado pelas corporações". Segundo o texto do livro, essas correntes de pensamento deterioraram a situação das classes médias e dos pobres nos países em desenvolvimento.
Alguns economistas estão argumentando que "Dying for Growth" ("Morrendo pelo Crescimento", em tradução livre), publicado em 2000, se concentra excessivamente na política de saúde, em detrimento do crescimento da economia como um todo.
"Se conduzido ao cargo, o dr. Kim será o primeiro presidente do Banco Mundial de todos os tempos que parece ser anticrescimento", disse William Easterly, professor de economia da Universidade de Nova York.
A indicação de Kim, que é presidente do Darmouth College e ex-diretor do programa HIV/Aids da Organização Mundial de Saúde (OMS), para o cargo máximo no Banco Mundial, atribuído, tradicionalmente, a um cidadão americano, constituiu uma surpresa.
Pouco se sabe sobre seus pontos de vista em política econômica, devido à sua formação na área de saúde.
Mas, se ele não conseguir formular uma visão sólida para a maneira pela qual o Banco Mundial alimentará o crescimento, isso poderá reforçar as campanhas de concorrentes como Ngozi Okonjo-Iweala, ministro da Fazenda da Nigéria e ex-diretor-gerente do Banco Mundial.
O livro de Kim contém vários trechos de grande poder incendiário. A introdução, escrita por ele e por mais dois coautores acadêmicos, diz: "Os estudos reproduzidos neste livro apresentam provas de que a busca pelo crescimento do PIB e dos lucros corporativos deteriorou, na verdade, a vida de milhões de homens e mulheres." Mas colegas de Kim e autoridades do Departamento do Tesouro dos EUA disseram que, quando a afirmação é considerada em contexto, revela que ele simplesmente argumentava que é a distribuição dos lucros gerados pelo crescimento econômico o fator decisivo para determinar sua contribuição para melhorar a vida dos mais pobres.
"Jim Kim é um homem brilhante e entende plenamente a necessidade do crescimento econômico. O que dissemos no livro é que o crescimento econômico, em si e por si, é insuficiente e não levará automaticamente a uma vida melhor para todos", disse Joyce Millen, um dos coeditores de "Dying for Growth".
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