quarta-feira, 21 de março de 2012

Arábia Saudita diz que preços do petróleo são "injustificados"

Fonte: Valor Econômico

A Arábia Saudita pode elevar sua produção em até 25% imediatamente caso seja necessário. A informação foi dada ontem pelo ministro do Petróleo do país, Ali al-Naimi, em Doha, no Catar.

Al-Naimi disse que os atuais preços da commodity são "injustificados" e descartou a possibilidade de o estreito de Hormuz, principal rota para o transporte de petróleo no mundo, ser fechado. Anteriormente, autoridades do Irã chegaram a ameaçar interromper a rota, por causa das sanções internacionais contra o país. "Se vocês acreditam que Hormuz será fechado, eu venderei a vocês o Empire State ou as pirâmides do Egito", disse al-Naimi. "Eu quero garantir a vocês que não há falta de abastecimento no mercado. A Opep está suprindo o necessário e temos reservas adicionais."

Em novembro, a Arábia Saudita elevou sua produção para 10 milhões de barris ao dia, o maior volume em pelo menos três décadas. O país, maior exportador de petróleo mundial, tem capacidade para produzir 12,5 milhões de barris ao dia e deve produzir por volta de 9,9 milhões de barris ao dia neste mês e em abril, segundo o ministro.

Até 1 milhão de barris ao dia do Irã podem ser perdidos por conta do embargo imposto por Estados Unidos e União Europeia, afirmou a Agência Internacional de Energia em relatório na semana passada.


O petróleo tipo Brent subiu 15% em Londres neste ano, chegando a US$ 124 o barril, com os temores de que possa haver problemas com o fornecimento, após as ameaças do Irã. Em 2008, o barril atingiu o recorde de US$ 147, com a capacidade ociosa da Opep se reduzindo. "A situação agora é completamente diferente da de 2008", disse Al-Naimi. "Há folga no suprimento, há prontidão para o fornecimento, e a demanda não está pressionando."

O ministro destacou que as reservas estão aumentando. Os estoques das nações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) eram equivalentes a 58,5 dias de demanda no mês passado e podem chegar a 60 dias neste mês, disse Al-Naimi. As sanções de EUA e União Europeia contra o sistema bancário do Irã buscam pressionar Teerã a interromper seu programa nuclear. O governo iraniano afirma que o programa tem fins pacíficos.

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