terça-feira, 6 de março de 2012

China dita baixa de ações ligadas a commodities

Fonte: Valor Econômico
Autores:  Marcia Pinheiro e Beatriz Cutait

A China deu o tom dos mercados ontem. O governo chinês reduziu a meta de expansão do país para 7,5% em 2012, após mantê-la ao redor de 8% por sete anos consecutivos. Os investidores aproveitaram os ganhos de 3% do Ibovespa nos dois últimos pregões da semana passada - e também os ganhos acumulados no ano - e realizaram lucros. O Ibovespa recuou 1,21%, aos 66.964 pontos. O volume financeiro transacionado chegou a R$ 6,094 bilhões.

Em função do alerta chinês, as ações de empresas produtoras de commodities fecharam em queda na bolsa paulista. MMX ON recuou 4,11%, cotada a R$ 9,56; Vale ON cedeu 2,92%, negociada a R$ 43,15; e OGX Petróleo recuou 0,98%, para R$ 17,26. Petrobras PN escorregou 2,82%, cotada a R$ 24,59, também porque a presidente da estatal, Maria das Graças Fortes, afirmou considerar que o patamar de US$ 123 alcançado pelo barril do petróleo no mercado internacional é um pico, reforçando a tese de que não haverá ajuste nos combustíveis.

"O anúncio de menor crescimento da China está afetando nossa bolsa e provocando certo descolamento em relação a Wall Street, em grande parte por conta de nossa dependência em relação às principais empresas negociadas. Investidores aproveitam ainda as notícias para embolsar uma parte dos ganhos recentes", diz o sócio-diretor da AZ Investimentos, Ricardo Zeno.


Entre as altas, destaque para JBS ON, que ganhou 4,09%, a R$ 8,40. A valorização foi reflexo da notícia de que o ex-presidente do Banco Central (BC) Henrique Meirelles vai presidir o conselho consultivo do grupo J&F, holding que controla, entre outras empresas, o JBS, o maior frigorífico do mundo, e a fábrica de celulose Eldorado. A contratação foi acertada no fim de semana e a posse será hoje.

Na Europa, as atenções seguiram naturalmente voltadas à reestruturação da dívida grega. Doze instituições financeiras anunciaram que vão participar voluntariamente da troca, cuja adesão deve ser concluída na quinta-feira. Na operação de "swap", os bônus gregos terão um desconto de 53,5% no valor de face.

A Grécia espera que os detentores de títulos aceitem a oferta extraordinária para perdoar cerca de € 100 bilhões da dívida do país e está pronto para forçá-los a participar, se necessário, conforme comentou o ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos. "Esta é a melhor oferta", disse em entrevista em Atenas à "TV Bloomberg". "Esta é a melhor oferta porque é a única que existe", acrescentou. Vale lembrar que, na sexta-feira, a Moody"s rebaixou a nota soberana da Grécia para "C", o menor nível na escala da agência.

Nos Estados Unidos, os dados do dia surpreenderam positivamente. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) para o setor de serviços dos EUA subiu de 56,8, ao fim de janeiro, para 57,3, em fevereiro.

As encomendas à indústria dos Estados unidos ainda recuaram 1,0% em janeiro na comparação com dezembro, segundo o Departamento de Comércio. Apesar de a queda ter sido a primeira em três meses e a maior em mais de um ano, analistas previam um desempenho ainda mais negativo.
O destaque desta terça-feira é a divulgação do Produto Interno Bruto do Brasil referente ao quarto trimestre de 2011.

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