terça-feira, 20 de dezembro de 2011

União Europeia dará US$ 195 bi para FMI

Fonte: Valor Econômico
Autor: Assis Moreira

Os países membros da União Europeia vão fornecer € 150 bilhões (US$ 195 bilhões) de recursos adicionais para o Fundo Monetário Internacional (FMI) reforçar sua capacidade de responder à crise na Europa e em outros países. A expectativa do anúncio deu a tônica das bolsas internacionais do dia, porém ele chegou tarde demais para impedir que fechassem em queda.

A decisão foi tomada ontem em reunião dos ministros de finanças da zona do euro, e o valor é inferior aos € 200 bilhões que haviam sido prometidos há duas semanas pelos líderes do bloco. A Grã-Bretanha, que não faz parte da moeda comum, resiste a ajudar no pacote e diz que só decidirá no ano que vem, no âmbito do G-20. Mas a República Tcheca, Dinamarca, Polônia e Suécia, também fora do euro, vão contribuir.

A União Europeia imediatamente chamou outros países de fora do euro para fazerem o mesmo, por meio de acordos bilaterais, que na verdade foi o mecanismo proposto pelo Brasil em reuniões do G-20. A expectativa é de que o Brasil participe com algo entre US$ 10 bilhões, como acenou na cúpula do G-20 em Cannes, ou mesmo com até US$ 14 bilhões, na expectativa de ampliar seu poder de voto no FMI mais tarde.

Até agora, Estados Unidos, Japão e Canadá não queriam aumentar recursos para o FMI ajudar os europeus, estimando que os países da zona do euro têm dinheiro suficiente para resolver seus problemas.



O anúncio da ajuda não chegou a tempo de animar os investidores, e os principais índices de ações das bolsas americanas fecharam em território negativo. As quedas interromperam os dois últimos pregões de alta e a principal preocupação seria de que a Europa estaria falhando em controlar a crise.

O índice Dow Jones caiu 0,86%, para 11.764 pontos. O S&P 500 perdeu 1,14%, para 1.205 pontos. O Nasdaq recuou 1,19%, para 2.525 pontos. O volume foi fraco.

O dia foi especialmente ruim para os bancos. Os papéis do Bank of America caíram abaixo de US$ 5 a ação pela primeira vez desde março de 2009. As ações do Bank of America, Citigroup e J.P. Morgan recuaram pelo menos 3,7%. Todas os 24 papéis que compõem o índice KBW Bank, do setor bancário, fecharam em baixa no pregão de ontem.

Além dos problemas europeus, pesaram sobre os papéis de bancos as regras do comitê de Basileia, que exigem maior transparência quanto às reservas de capital das instituições. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o Federal Reserve se prepara para aceitar as novas regulações.

Outro indicador do receio dos investidores, a taxa dos títulos do Tesouro americano de dez anos caiu quatro pontos base, para 1,81%, indicando a busca por ativos considerados seguros.

Na Europa, os principais índices regionais passaram o pregão em compasso de espera, e fecharam sem mostrar um rumo definido. Em Londres, o FTSE 100 perdeu 0,41%, para 5.365 pontos; em Frankfurt, o DAX fechou em baixa de 0,54%, aos 5.670 pontos. Em Paris, o CAC 40 subiu 0,6%, para 2.974 pontos.

A expectativa de novas rodadas de ajuda aos países europeus com dificuldades, a possibilidade de rebaixamento de França, Espanha e Itália e a morte do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Il, foram os motores do mercado europeu. (Com agências internacionais)

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