quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Brasil aposta em acordo Mercosul-UE

Fonte: Valor Econômico
A grande frente de negociação comercial para o Brasil em 2012 será o acordo de livre comércio Mercosul-União Europeia (UE), afirmou ontem o subsecretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty, embaixador Valdemar Carneiro Leão. A Europa está em crise, a maioria dos países em recessão, a demanda em declínio. Mas o governo brasileiro vê chance de avançar a negociação birregional, até porque a aprovação do acordo nos parlamentos e depois a liberalização recíproca vão demorar anos. Para produtos mais sensíveis, o corte de tarifas ocorrerá gradualmente ao longo de 15 anos.

A tentativa brasileira ocorre em meio ao fiasco da Rodada Doha. Na conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), hoje e amanhã em Genebra, não há entendimento nem mesmo sobre eventuais acordos "plurilaterais" para antecipar a liberalização específica. Cada país tem seu próprio interesse. Em meio à deterioração econômica e ao aumento do desemprego, a pressão política é por protecionismo, não por abertura de mercado.


No caso de Mercosul-UE, a expectativa é de retomar mais fortemente a negociação depois da eleição de maio do ano que vem na França, e conclusão no primeiro semestre de 2013. Negociadores brasileiros dizem que o comissário europeu de comércio, Karel de Gucht, fala mesmo em conclusão ano que vem.

Até o fim do ano, o Mercosul assinará acordo comercial com a Palestina, algo simbólico. Para o ano que vem pode avançar um acordo com o Canadá. Na crise, os canadenses estão de olho no mercado brasileiro, que continua a consumir bastante.

Ontem, em Genebra, as reuniões ministeriais do grupo dos Brics e do G-20 agrícola, ambas lideradas pelo Brasil, tiveram pouco efeito prático.

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