Fonte: Agência Estado
Os líderes da União Europeia abandonaram nesta sexta-feira uma tentativa de convencer Londres a mudar o tratado do bloco para combater a crise da dívida na zona do euro. "Posso confirmar que o Reino Unido está fora da discussão sobre a revisão do tratado", disse um diplomata horas depois de o primeiro-ministro britânico, David Cameron, exigir contrapartidas de seus parceiros, os quais não estão preparados para concedê-las.
Um segundo diplomata confirmou que as negociações iriam agora adiante, em busca de um acordo inter-governamental projetado para os 17 países que compõem a zona do euro e outros visando a adesão à moeda única.
A falha em manter Londres no grupo pode gerar tensão, o que foi expresso por alguns líderes, uma vez que a União Europeia enfrenta rupturas e uma Europa com países em ritmos diferentes. Apesar disso, apoiadores procurem a aderência em assinaturas de 8 outras nações que estão legalmente empenhadas em aceitar o euro.
"A crise fechará nosso caixão, se optarmos por alienar a Europa aos 27 [países]," disse o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em uma reunião dos partidos europeus de direita durante a cúpula.
A Dinamarca é outro país que, ao lado do Reino Unido, se recua a aderir à moeda única, mas sua primeira-ministra Helle Thorning-Schmidt havia dito anteriormente que Copenhagen estava "aberta à mudança no tratado", que é vista como parte da solução para a crise.
A Alemanha, potência da Europa, insiste para que haja a mudança no tratado, e a chanceler Angela Merkel acredita que para combater a crise deve-se incluir os 27 países, inclusive os 10 que não partilham da moeda única.
Entretanto, Cameron ameaçou vetar qualquer acordo, a menos que ele tenha garantias de que os "interesses vitais dos britânicos" estarão protegidos.
O premiê prometeu salvaguardar a cidade de Londres - que desempenha importante papel na economia do Reino Unido - da interferência de Bruxelas, enquanto a França e a Alemanha querem um imposto sobre as transações financeiras.
A alteração do tratado requer a aprovação unânime do bloco de 27 nações, e em um comunicado divulgado pelo jornal "The Times" esta semana, Cameron também afirmou que se os 17 países da zona do euro optarem pela criação de um tratado em separado, assim a Grã-Bretanha se certificará de que seus interesses estarão protegidos.
Tratado
A União Europeia não fechará um acordo para mudança do tratado na zona do euro, o qual traria melhorias das políticas orçamentárias nacionais devido à oposição do Reino Unido, disse nesta sexta-feira o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Após mais de dez horas de reuniões na cúpula da União Europeia, Sarkozy informou que, a despeito da resistência do Reino Unido, até 25 nações assinariam um acordo intergovernamental para apertar as políticas orçamentárias. Uma fonte de Bruxelas disse que a Hungria ainda está considerando se participa ou não. "É uma escolha de nossos amigos do Reino Unido, e nós respeitamos a escolha", disse o líder francês.
Os governos concordaram com uma série de outras medidas para combater a crise da dívida, incluindo o fornecimento de € 200 bilhões em empréstimos ao FMI para fortalecer o mercado conturbado da zona do euro, disse Sarkozy.
Ele enfatizou o anúncio do Banco Central Europeu (ECB, na sigla em inglês), na quinta-feira, que disse que fornecerá empréstimos ilimitados aos bancos com pagamento em até 36 meses a juros baixos. A medida ajudará os governos que lutam para conseguiu dinheiro emprestado em meio à turbulência do mercado atual, disse Sarkozy.
"Não é preciso ser um grande especialista para entender que amanhã, graças às decisões do ECB, o governo italiano poderá pedir aos bancos do país para financiar parte de sua dívida a taxas que são incontestavelmente mais baixas que as de mercado", disse Sarkozy.
As informações são da Dow Jones.
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