segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

COP-17 entra na última semana sem acordo em vista


Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: AFRA BALAZINAENVIADA ESPECIAL, DURBAN, ÁFRICA DO SUL
No melhor cenário, tratado para cortar emissões globais pós-2020 só sai se não for legalmente vinculante

Os representantes de quase 200 países reunidos em Durban para a 17.ª Conferência do Clima da ONU (COP-17) têm até o fim da semana para decidir como combaterão as mudanças climáticas nos próximos anos. Mas ainda há muitas incertezas sobre que acordos podem ser fechados para cortar as emissões de gases de efeito estufa no mundo.

Ao longo da semana passada houve otimismo pelo fato de a China, que é hoje a maior emissora de gases-estufa do planeta, ter demonstrado que concordaria em entrar num futuro acordo com valor jurídico, ou legalmente vinculante. Entretanto, o país coloca inúmeras condições para aceitar um tratado desse tipo.

Diplomatas avaliam que existe a possibilidade de se fechar um acordo para cortar as emissões globais pós-2020, desde que ele não seja legalmente vinculante.

Isso porque um acordo como esse precisa ser ratificado pelos países. E todas as nações ficariam novamente nas mãos do Congresso americano, que barrou a entrada dos EUA no Protocolo de Kyoto anos atrás ao não ratificá-lo. O chefe da delegação americana, Jonathan Pershing, diz que os EUA não querem repetir esse erro. Para os EUA, países como China e Brasil também devem ter metas obrigatórias.

Enquanto isso, os países em desenvolvimento esperam que se concretize a continuidade do Protocolo de Kyoto - sua primeira fase termina em dezembro de 2012.

A União Europeia tem dito que só entrará numa nova fase de Kyoto se os demais países se comprometerem a dar início ao processo de um acordo legalmente vinculante. Um grupo de países tenta fazer os europeus aceitarem um acordo sem valor jurídico, para atrair os EUA.

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