Pimentel avaliou como "muito razoável" a revisão do acordo automotivo, pois \"México está abrindo mão de parcela significativa das exportações\"
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, avaliou como "muito razoável" a revisão do acordo automotivo com o México, que deveria ser finalizado na noite de ontem, na Cidade do México, pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a chanceler mexicana Patricia Espinosa.
Pimentel participou das negociações anteontem com o ministro da Economia mexicano Bruno Ferrari, e deixou Patriota encarregado de negociar uma última pendência: o prazo para se atingir as metas de conteúdo regional que hoje é de 30% e deverá chegar a 45%, de forma escalonada, nos próximos quatro anos.
O ministro demonstrou satisfação com a queda da cota de carros mexicanos que podem entrar no País neste ano, no valor de US$ 1,4 bilhão. "No ano passado o México exportou US$ 2,1 bilhões de automóveis para o Brasil", afirmou, ao reconhecer que o México "está abrindo mão de parcela significativa das exportações", mas em troca tem a garantia da manutenção do acordo "por mais não sei quantos anos".
O ministro fez as afirmações em Goiana (PE), onde participou do lançamento da obra da primeira fábrica de vidros planos do Nordeste, a Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP), investimento de R$ 770 milhões do grupo Cornélio Brennand. A fábrica deve começar a operar em 2013 e vai atender os setores da construção civil, moveleiro e automobilístico.
No discurso, o ministro já havia se referido à necessidade da revisão do acordo automotivo com o México, "que hoje aponta um déficit muito grande contra o Brasil". Sem essa revisão, segundo ele, a fábrica da Fiat - que será construída em Goiana com até 2014 - correria o risco de não ter mercado. Ele destacou que o governo não pode ser acusado de protecionismo.
Desindustrialização. Pimentel considerou equivocadas análises sobre a economia brasileira que afirmam que o País passa por processo de desindustrialização. "É verdade que nossas indústrias têm dificuldades", afirmou, ao citar "a concorrência desleal que vem de fora e as taxas de câmbio que estão sendo corrigidas, oriundas das taxas de juros durante muito tempo elevadas". Segundo ele, "todas são dificuldades que conhecíamos, sabemos e podemos enfrentar". Após ouvir o governador Eduardo Campos (PSB) sobre o crescimento econômico e industrial pernambucano, o ministro disse que sairia dali com novo argumento para os que levantam a tese da desindustrialização: vai convidá-los a conhecer Pernambuco e o Nordeste.
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