Decisão teria sido imposta por Merkel, que quer antes ver situação da Grécia resolvida
Em meio a mais uma onda de protestos, os líderes da União Europeia (UE) devem endossar metas para crescimento e emprego na reunião de cúpula marcada para hoje, mas uma decisão crucial sobre como impulsionar o fundo de resgate da região até o fim de março será adiada, informaram ontem autoridades europeias.
Os líderes da zona do euro poderão ter de se reunir uma segunda vez em março, provavelmente na segunda quinzena do mês, para discutir um aumento nos recursos do fundo permanente de resgate da região - o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). Se ocorrer, o segundo encontro dos líderes da região seria após a conclusão da troca de dívida da Grécia, prevista para 12 de março, completando o programa de reestruturação da dívida grega.
Segundo fontes ouvidas pela agência Dow Jones, a chanceler alemã, Angela Merkel, "quer que a questão da Grécia esteja fora da agenda antes de discutir o fundo de resgate", disse uma das autoridades, acrescentando que foi uma decisão da Alemanha não abordar o tamanho do MEE nesse encontro.
Segundo texto obtido pela Dow Jones, os países da UE deverão endossar uma estratégia de "consolidação fiscal que favoreça o crescimento". O documento também prevê que os países submetam programas de reformas nacionais e programas de estabilidade para convergência (às metas). Uma autoridade da UE disse que esses programas terão de ser submetidos até abril e endossados pela UE até junho.
Protestos. Bélgica, Espanha e Grécia viveram ontem mais um dia de protestos contra as medidas de austeridade que estão sendo impostas pelos governos dos países da zona do euro. As mobilizações foram convocadas por organizações sindicais europeias.
Em frente à sede da UE, em Bruxelas, centenas de sindicalistas exigiam drásticas mudanças políticas dos líderes que participarão da cúpula hoje. Representantes da Confederação Sindical Europeia (CSE) encontraram-se com o presidente do bloco, Herman Van Rompuy, para apresentar suas demandas. Em vez das medidas de austeridade que atingem os rendimentos dos trabalhadores, os sindicatos sugerem um imposto sobre transações financeiras e repressão à evasão fiscal.
Sindicatos gregos também realizaram paralisações ontem, horas depois da aprovação de novas medidas orçamentárias que incluem um corte de 22% no salário mínimo, assim como reduções em aposentadorias e benefícios previdenciários.
Na Espanha, estudantes saíram às ruas contra os cortes no orçamento e a política de violência contra manifestantes. /
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