Fonte: O Estado de S. Paulo |
Autor: Iuri Dantas |
As restrições comerciais impostas pela Argentina "estão incomodando muito"e atingem "de forma muito visível" o Mercosul, avaliou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que antecipou para ontem uma viagem a Buenos Aires com o objetivo de negociar uma via rápida no trânsito de alimentos entre os dois países e evitar retaliações. "É a questão do vizinho: tenho que avisar a Argentina, ao ministro da Argentina, que ele está gritando na hora em que estou dormindo e que não vale a pena eu começar a gritar na hora que ele dorme, porque nós dois vamos acabar acordados", afirmou. "Temos que estabelecer uma política de integração que não prejudique o Brasil, nem prejudique a Argentina." Ribeiro decidiu se antecipar a um encontro maior, que incluirá também o Ministério do Desenvolvimento e o Itamaraty, depois que os argentinos deixaram todo o carregamento de carne suína do País parado na fronteira por uma semana. "Isso está atingindo de forma muito visível o Mercosul", disse. "Está pegando queijo, pegando bastante coisa, está incomodando bastante." Retaliação. A ideia do ministro é negociar uma solução que não prejudique produtores rurais do Brasil e da Argentina. "Queremos é terminar com a rivalidade, com essa história de fazer boquinha aqui, fazer boquinha ali... As pessoas dizem: tranca, coloca barreira sanitária, mas o que a Argentina e o Brasil ganham com isso?" A Argentina vem intensificando a adoção de medidas comerciais nos últimos meses, com o claro objetivo de manter um superávit em sua balança. Para alguns produtos, por exemplo, o governo argentino emite licenças de importação em prazo superior aos 60 dias determinados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Brasil já reclamou algumas vezes. No ano passado, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, determinou medidas de reciprocidade, como o atraso na liberação de produtos argentinos que eram exportados ao Brasil. Pimentel e sua equipe também se reuniram com representantes argentinos, fechando uma espécie de "pacto de convivência". Segundo este acordo informal, para cada mercadoria brasileira liberada, uma da Argentina entraria no País. Ribeiro se reúne hoje com se homólogo Norberto Yauhar e com o presidente da Câmara dos Deputados, Julián Dominguez. |
sexta-feira, 16 de março de 2012
Agricultura tenta negociar restrições com argentinos
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