Fonte: O
Estado de S. Paulo
Autor:
Fernando Nakagawa
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A entrada de dólares no início de junho é um respiro após a forte saída em maio. O alívio, porém, não é uma mudança radical de ares, já que a tensão com a crise continua. Às vésperas de eleições na Grécia e com a situação nebulosa na Espanha e na Itália, o mercado tende a seguir volátil. Por isso, o governo já fala abertamente que pode reverter algumas das restrições impostas recentemente à entrada de moeda estrangeira no Brasil.
Exatamente como pede parte do
mercado há algumas semanas, o governo avalia acabar com alguns dos obstáculos
ao ingresso de dólares criados nos últimos meses para a defesa do País na
chamada "guerra cambial".
A cobrança de Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) em empréstimos no exterior de até cinco anos é
uma das medidas adotadas para encarar a "guerra", mas pode agora
ser desmontada.
Isso poderia ser feito porque a
crise se alastra pela Europa. O efeito é um aumento da desconfiança, os
ativos do Brasil perdem a atratividade e diminui a oferta de crédito externo.
Nos últimos dias, declarações mostram que o ministro da Fazenda, Guido
Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, compartilham a
mesma avaliação.
Ao jornal O Globo, Mantega
reconheceu que algumas dessas ações foram fortes e, no atual cenário, podem
ser repensadas. "Algumas medidas poderão ser revistas no seu devido
tempo. O aumento do IOF para empréstimos de até cinco anos é uma medida
rigorosa. Poderia dizer que é a primeira da fila para ser revogada",
disse o ministro.
A linha de raciocínio é
semelhante à defendida por Tombini. No Senado, na terça-feira, o presidente
do BC defendeu que as ações adotadas não eram "controle de capital"
e sim "prudenciais". E por terem esse caráter, podem ser
revertidas.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
Governo pode reverter medidas da 'guerra cambial'
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