quinta-feira, 14 de junho de 2012

Governo pode reverter medidas da 'guerra cambial'

Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: Fernando Nakagawa

 Cenário:

A entrada de dólares no início de junho é um respiro após a forte saída em maio. O alívio, porém, não é uma mudança radical de ares, já que a tensão com a crise continua. Às vésperas de eleições na Grécia e com a situação nebulosa na Espanha e na Itália, o mercado tende a seguir volátil. Por isso, o governo já fala abertamente que pode reverter algumas das restrições impostas recentemente à entrada de moeda estrangeira no Brasil.

Exatamente como pede parte do mercado há algumas semanas, o governo avalia acabar com alguns dos obstáculos ao ingresso de dólares criados nos últimos meses para a defesa do País na chamada "guerra cambial".

A cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em empréstimos no exterior de até cinco anos é uma das medidas adotadas para encarar a "guerra", mas pode agora ser desmontada.

Isso poderia ser feito porque a crise se alastra pela Europa. O efeito é um aumento da desconfiança, os ativos do Brasil perdem a atratividade e diminui a oferta de crédito externo. Nos últimos dias, declarações mostram que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, compartilham a mesma avaliação.

Ao jornal O Globo, Mantega reconheceu que algumas dessas ações foram fortes e, no atual cenário, podem ser repensadas. "Algumas medidas poderão ser revistas no seu devido tempo. O aumento do IOF para empréstimos de até cinco anos é uma medida rigorosa. Poderia dizer que é a primeira da fila para ser revogada", disse o ministro.

A linha de raciocínio é semelhante à defendida por Tombini. No Senado, na terça-feira, o presidente do BC defendeu que as ações adotadas não eram "controle de capital" e sim "prudenciais". E por terem esse caráter, podem ser revertidas.

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