Fonte: O Estado de S. Paulo
Autor: Jamil Chade
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Segundo
a OMC, vendas externas do País foram as que mais caíram no mundo no primeiro
trimestre de 2012; retração global foi de apenas 2%
As exportações brasileiras foram as que mais desaceleraram entre as maiores economias do mundo em 2012. Dados publicados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que as vendas nacionais caíram 17% em valores entre o último trimestre de 2011 e o primeiro de 2012. Já a retração mundial foi de apenas 2%. A crise na Europa e a desaceleração da China foram os principais motivos.
A OMC
já havia alertado que 2012 registraria um freio brusco nas exportações
mundiais. Ao final do ano, a expansão não deve ser de mais de 3,7%, bem
abaixo da média dos últimos 20 anos. No primeiro trimestre de 2012, a
expansão do comércio em valores foi de 5%, em comparação ao mesmo período de
2011.
Em
relação ao primeiro trimestre de 2011, as exportações nacionais ainda
mostraram expansão de 8%. Mas, considerando a tendência dos últimos meses, a
queda chega a ser superior à da China, com 15%, e Rússia, com 8%. As
exportações americanas também se contraíram entre trimestres, mas de 1%, taxa
similar à da Europa. Os indianos registraram expansão de 14%.
O freio
nas exportações brasileiras já havia sido identificado pelo governo. Na
Europa, mercados como a Espanha e Itália desabaram, afetando as vendas
nacionais. Outro fator que pesou foi a relação com o mercado chinês.
A
desaceleração na China já é sentida entre exportadores, principalmente no que
se refere ao preço das commodities. Dependente de 80% de seu comércio com a
China em apenas três produtos, a variação de preço de minérios e da soja tem
um impacto instantâneo na renda.
Se as
vendas brasileiras caíram, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de
apenas 0,2% no primeiro trimestre também impactou as importações. Entre o fim
de 2011 e março de 2012, as compras do Brasil de produtos estrangeiros havia
sofrido uma contração de 11%. Só a queda das importações da Rússia, de 19%,
foi superior à do Brasil. Na média mundial, as importações caíram 2% no
trimestre.
Tensão
Espanha-Argentina.
A queda no comércio mundial não tem deixado espaço para
negociações. Ontem, mais uma disputa foi lançada - desta vez, pela Argentina,
contra práticas supostamente desleais da Espanha no comércio de biodiesel. O
caso promete esquentar ainda mais a relação já crítica entre Madri e Buenos
Aires.
Os
espanhóis convenceram a Europa a abrir um caso na OMC contra o protecionismo
argentino, justamente depois que a Casa Rosada tomou a decisão de
nacionalizar a Repsol.
Ontem,
a Argentina contra-atacou e levou a Genebra queixa contra restrições impostas
por Madri à entrada de biodiesel. Segundo Buenos Aires, a nova legislação
espanhola traria prejuízos de US$ 1 bilhão aos argentinos.
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quinta-feira, 14 de junho de 2012
Crise reduz em 17% as exportações brasileiras
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