O pacote de estímulos à economia do governo chinês para combater a desaceleração poderá chegar a 2 trilhões de yuans (US$ 315 bilhões). Esse valor, calculado por analistas do Credit Suisse, corresponde à metade das medidas adotadas em 2008. Um primeiro passo já foi dado com a decisão de reativar incentivos para que consumidores troquem seus carros por modelos mais novos. Além disso, o governo decidiu que irá abrir o seu sistema bancário para investidores do setor privado.
Segundo Tao Dong, economista do banco baseado em Hong Kong, as ações do governo irão ajudar a retomada do crescimento, o qual pode frear para 7% ou "ligeiramente menos" neste trimestre.
O primeiro-ministro Wen Jiabao, em declarações recentes, prometeu dar mais atenção à recuperação do ritmo de expansão econômica após a divulgação de dados fracos de comércio e demanda doméstica em abril. Para Tao, os esforços do governo podem ajudar a levar o Produto Interno Bruto (PIB) chinês no segundo semestre para um nível entre 8% e 8,6%.
"Essas políticas de estímulo podem conter o esfriamento no crescimento e na demanda de investimentos, mas provavelmente não o bastante para repetir uma reação ao estilo da de 2009", disse Tao.
"Provavelmente, o governo central desempenhará um papel maior no financiamento, diferentemente de 2009, quando os governos locais dependeram quase que inteiramente de empréstimos de bancos para financiamentos."
De acordo com Tao, o banco central da China possivelmente irá promover cortes de 50 pontos-base no terceiro e no quarto trimestres nas reservas exigidas aos bancos. O analista do Credit Suisse não descarta "um corte extra em junho" e afirma haver uma "possibilidade" de o BC retirar 0,25% da taxa de juros, sem uma redução na taxa de depósitos.
Outra medida a ser adotada pelo governo, revelada no fim de semana, é a autorização para empresas privadas comprarem participações nos bancos do país. As mudanças foram anunciadas pela Comissão Regulatória do Sistema Bancário da China (CBRC), com o objetivo anunciado de impulsionar a concessão de empréstimos e aumentar a eficiência e transparência do mercado bancário. As empresas privadas poderão associar-se aos bancos por meio de participações acionárias, novas ações, transferência de capital, fusões e aquisições.
"As agências regulatórias bancárias, em seus diferentes níveis, não podem determinar restrições separadas ou condições adicionais para o capital privado entrar no setor bancário. E estão obrigadas a aprimorar constantemente a transparência do acesso ao mercado bancário", afirmou a CBRC em seu site oficial.
Dona do maior mercados de veículos do mundo, a China vai retomar ações para estimular as vendas, segundo informações de uma autoridade. Na semana passada, o governo aprovou as linhas gerais de um plano e agora os ministérios envolvidos estão trabalhando nos detalhes - ainda não foram definidos os tipos de veículos cobertos e o volume do financiamento estatal. Segundo a mesma fonte, o governo também analisa a possibilidade de financiar a compra de carros em áreas rurais. Em 2009, uma versão desse programa de troca de carros deflagrou, no ano seguinte, vendas de novos veículos que atingiram um total de US$ 7,8 bilhões.
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