terça-feira, 15 de maio de 2012

UE impõe novas sanções ao regime de Al-Assad

Fonte: Correio Braziliense
Autora: Larissa Garcia

Na tentativa de conter o derramamento de sangue na Síria, a União Europeia (UE) aprovou mais uma série de sanções ao governo do ditador Bashar Al-Assad.

A nova rodada de punições inclui a proibição de pessoas ligadas ao presidente renovarem visto de entrada nos 27 países membros do bloco. Apenas ontem, 23 pessoas — entre civis e militares — morreram em Rastan durante bombardeios que começaram na véspera. A oposição acusou Al-Assad de ter ordenado ao E xército que bombardeasse a cidade, arrancando uma reação dos rebeldes.

O conflito armado se estendeu ao vizinho Líbano na noite do último sábado, quando jovens islamitas acamparam na entrada de Trípoli com bandeiras da independência síria, símbolo da rebelião no país. Na cidade, duas pessoas morreram e 16 ficaram feridas apenas ontem. No total, foram cinco mortos e 47 feridos durante confrontos entre libaneses simpatizantes e contrários ao governo sírio.

O aumento da violência, a despeito do cessar-fogo firmado no mês passado, preocupa a comunidade internacional e mostra que a crise na Síria, a mais longa entre os países que participaram da Primavera Árabe, continua longe de acabar. Para o professor de literatura e cultura árabe Stephen Sheehi, da Universidade da Carolina do Sul (EUA), o derramamento de sangue vai se prolongar. “O governo continuará fazendo concessões aparentes para a Organização das Nações Unidas (ONU), mas continuará esmagando brutalmente sua oposição”, opinou, ao se referir ao acordo de paz do enviado da organização, Kofi Annan.

Entre as novas sanções impostas pela União Europeia, foi fixado o congelamento de duas empresas e três pessoas acusadas de financiar o regime.
Atualmente, 167 aliados do presidente são alvos de penalidades do bloco. As medidas também atingem o Banco Central da Síria e o comércio de metais preciosos. Há 14 meses, potências ocidentais, a Liga Árabe e parte da população pedem a queda de Assad, que luta para manter-se no poder, com o apoio da Rússia e da China.

“A violência é chocante”, destacou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, acrescentando: “Enquanto continuar a repressão (por parte do regime sírio), continuaremos exercendo pressão sobre as autoridades.” Na última reunião em abril, os chanceleres europeus haviam decidido proibir as exportações de produtos de luxo para a Síria, uma medida essencialmente simbólica contra o casal Al-Assad.

Nenhum comentário:

Postar um comentário