Presidente do Eurogrupo afirma que hipótese nem foi discutida, mas avisa que gregos têm de cumprir acordo de resgate
Os ministros de Finanças da zona do euro afirmaram ontem, após reunião, que as discussões sobre uma possível saída da Grécia do bloco são "um disparate". Mas ressaltaram que o país tem de respeitar os termos do acordo de resgate acertado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
- Não vejo, nem por um segundo, a Grécia deixando a zona do euro. Isso é um disparate - disse o presidente do Eurogrupo, que reúne os ministros de Finanças do bloco, Jean-Claude Juncker. - O abandono da moeda única pela Grécia não foi discutido em nossa reunião hoje. Ninguém defendeu isso.
Após a reunião do Eurogrupo, que durou seis horas, Juncker disse ainda que os gregos têm de entender que o programa de austeridade precisa ser implementado.
A Grécia continua tentando formar um governo de coalizão, oito dias depois de eleições que deram mais espaço político a partidos abertamente contra o acordo de resgate. Juncker deu a entender que, com a formação de um governo, em "circunstâncias excepcionais", o Eurogrupo poderia discutir a possibilidade de dar à Grécia mais tempo para implementar as reformas.
Mas muitos especialistas continuam achando que um calote grego - o governo pode ficar sem recursos no mês que vem - e, consequentemente, a saída do país da zona do euro são inevitáveis. No fim de semana, até dois membros do Banco Central Europeu (BCE) disseram que a saída da Grécia da zona do euro não seria fatal para o bloco.
As razões para manter a Grécia no euro, porém, são muito fortes. A principal é o medo de contágio em outros países, como Espanha e Itália. Outra é o temor de recessão. Ontem a agência estatística da zona do euro, a Eurostat, informou que a produção industrial dos 17 países do bloco recuou 0,3% em março frente ao mês anterior. Economistas esperavam avanço de 0,4%.
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