Fonte: O Globo Autora: Martha Beck |
O Brasil conseguiu que a China não apenas admitisse com todas as letras que o comércio entre os dois países está desequilibrado, mas também que assumisse o compromisso de redimensionar suas vendas para o mercado nacional. Esse foi o principal resultado da segunda reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Coordenação e Cooperação (Cosban), realizada ontem.
Os chineses não deram detalhes sobre como pretendem conter suas exportações, mas tomaram conhecimento de que o governo brasileiro consideraria bom se eles voluntariamente estabelecessem cotas para produtos de setores sensíveis, como têxteis, calçados e eletroeletrônicos. Os técnicos já deixaram claro que, se nada for feito, poderão recorrer a novas medidas protecionistas, como salvaguardas ou alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O recente aumento de IPI para carros importados desagradou em cheio aos chineses, que aproveitaram o encontro para reclamar.
Segundo o embaixador do Brasil em Pequim, Clodoaldo Hugueney, as exportações chinesas de alguns itens do setor têxtil saltaram 80% entre 2010 e 2011.
Em encontro com o vice-premier chinês, Wang Qishan, o vice-presidente, Michel Temer, também ressaltou que o Brasil está preocupado com a invasão de produtos chineses e disse que o governo quer ampliar a venda de manufaturados para a China. E encontrou eco:
- Queremos aprofundar o comércio bilateral. Isso inclui importar mais produtos com valor agregado e fazer investimentos em infraestrutura - disse Wang.
Ainda foi discutida a retirada de barreiras à entrada da carnes suína e de frangos brasileiras na China. O Brasil também reforçou o pedido de abertura dos portos chineses aos supernavios da Vale. A China, por sua vez, voltou a cobrar ser reconhecida, pelo Brasil, como economia de mercado.
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
China admite desequilíbrio comercial
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