Autor: Gilberto Costa
O Diário Oficial da União publica hoje (14) portaria
assinada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp,
instituindo o Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia, o
CBC-Nano.
Ainda não está definida a agenda de pesquisas do centro, mas, segundo o
químico Fernando Galembeck, a China manifestou interesse em desenvolver, com o
Brasil, sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para
atendimento de populações dispersas.
“A ideia é ter um equipamento portátil confiável, de produção barata, que
facilite levar atendimento às pessoas”, explica Galembeck, que é diretor do
Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), em Campinas (SP), e será o
coordenador brasileiro no CBC-Nano.
Segundo ele, outra área de interesse é o desenvolvimento de novos produtos a
partir da biomassa. “Podemos usar nanotecnologia para transformar os resíduos
agrícolas”, disse, lembrando que o Brasil, sendo um dos principais produtores
mundiais de alimentos e de commodities agrícolas, gera grande volume de biomassa
ainda não aproveitada.
O centro sino-brasileiro é virtual e funcionará como uma rede de cooperativa
de pesquisa e desenvolvimento da qual ficará vinculado o LNNano. Conforme a
portaria, “a participação no CBC-Nano será considerada serviço público
relevante, não ensejando qualquer remuneração específica”.
A China é considerada uma das maiores potências na pesquisa com
nanotecnologia, enquanto o Brasil ocupa a 25ª posição. Conforme dado divulgado
pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o mercado
internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste
ano e US$ 2,95 trilhões em 2015.
Nanotecnologia diz respeito à capacidade
de manipular matérias de tamanho atômico, de 1 a 100 nanômetros – cada
nanômetro tem um milionésimo de milímetro, ou seja, uma unidade 10 mil vezes
menor que o diâmetro do fio de cabelo.
Edição: Lana Cristina
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