quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Zoellick vai deixar o Banco Mundial


Fonte: O Estado de S. Paulo
Autora: Denise Chrispim Marin

Hillary Clinton e Lawrence Summers são vistos como principais candidatos à sucessão

O presidente do Banco Mundial (Bird), Robert Zoellick, decidiu não concorrer a um segundo mandato e deixará o posto em 30 de junho.

A temporada de especulações sobre sua sucessão já estava aberta desde o fim do ano passado. A secretária de Estado, Hillary Clinton, e o ex-secretário do Tesouro, Lawrence Summers, encabeçam as listas extraoficiais em Washington.

Zoellick ainda conduzirá a reunião de primavera do Banco Mundial e do FMI, programada para 20 a 22 de abril. Em comunicado, ele prometeu manter-se focado 100% na instituição até o seu último dia. Nos seus cinco anos no posto, Zoellick destacou-se por sua habilidade em lidar com a crise econômica mundial deflagrada em 2008 e por defender a inclusão de países emergentes à discussão sobre as soluções possíveis, no âmbito do G-20.

"O Banco Mundial reconheceu que nós vivemos em um mundo com múltiplos polos de crescimento, onde conceitos tradicionais sobre o "Terceiro Mundo" estão agora ultrapassados e onde os países em desenvolvimento têm um papel chave como condutores do crescimento e como partes interessadas responsáveis", afirmou ele, por meio de comunicado.

Republicano, foi indicado em 2007 para o Banco Mundial pelo ex-presidente americano George W. Bush, a quem servira como titular da Representação de Comércio (USTR) e como subsecretário de Estado.

Zoellick não conseguiu, como USTR, alcançar seu objetivo de concluir as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), abortadas em 2005, e da Rodada Doha da OMC, suspensa desde 2007.

Sub do sub do sub. No Brasil, fora respeitado pelo governo Fernando Henrique Cardoso. Mas Luiz Inácio Lula da Silva, ainda candidato à Presidência em 2002, o chamou de "sub do sub do sub", em uma tentativa de desqualificá-lo, e antecipou seu projeto de acabar com a Alca. Em 2005, com o apoio da Argentina e da Venezuela, Lula cumpriu essa promessa.

Em Washington, as especulações sobre a indicação de Hillary Clinton ganharam força por ela ter mencionado, em um encontro com altos funcionários de Departamento de Estado, seu desejo de se aposentar da política americana. "Deixei claro que eu ficarei no cargo até que o presidente nomeie alguém e que a transição ocorra", afirmara ela, referindo-se ao cenário de reeleição de Barack Obama.

Lawrence Summers teria as vantagens de conhecer a máquina interna do Banco Mundial, onde atuou como economista-chefe, e de ter amplo domínio dos temas econômicos. Depois de passar dois anos como conselheiro econômico de Obama, na Casa Branca, ele retornou no ano passado para a Universidade Harvard. Seja qual for o escolhido, terá de trabalhar por algum tempo com a mesma equipe montada por Zoellick. Os vice-presidentes têm período definido em contrato.

Desde a fundação do Banco Mundial, em 1945, sua presidência tem sido ocupada por um cidadão dos Estados Unidos-

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