O governo de Nicolas Sarkozy diz um rotundo "não" a qualquer possibilidade de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia diante da crise econômica que assola a Europa. Em entrevista a jornais brasileiros em Genebra, o ministro da Agricultura da França, Bruno Le Maire, foi categórico ao ser questionado pelo Estado se via alguma possibilidade de conclusão do acordo de livre comércio entre os dois blocos: "Não há nenhuma chance."
A negociação, que poderia resultar na criação da maior área de livre comércio do mundo, foi lançada em 2000. Deputados europeus chegaram a calcular na semana passada que o acordo teria um valor de 130 bilhões, equivalente ao dinheiro que a UE e o FMI pagarão para socorrer a Grécia.
Mas em 2006 a negociação foi suspensa, diante da falta de acordo. Uma série de tentativas foram feitas para tentar encontrar uma forma de retomar o processo, sempre sem sucesso.
Agora, a crise paralisa ambos os lados, enquanto o cenário internacional vê uma queda drástica da entrada em vigor de novos acordos diante de governos que estão sendo pressionados a salvar as próprias indústrias. O Brasil deu um sinal claro de que segue a mesma linha ao informar o México de que gostaria de suspender um acordo comercial no setor automotivo.
A total rejeição de Le Maire não ocorre por acaso. O entendimento tanto da parte europeia quanto no Mercosul era que uma negociação real só seria possível depois da definição política nas eleições na Argentina e nas eleições na França, o país que mais subsidia seus agricultores e não esconde ter uma forte orientação protecionista.
Do lado argentino, Cristina Kirchner não estaria disposta a ceder e abrir mercados no setor industrial, justamente no momento em que precisava do apoio do setor privado para vencer a eleição.
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