Conforme já mencionado, nos dias 22 e 23 de junho, os membros do G 20 se reuniram para discutir sobre a questão da volatilidade das commodities e da segurança alimentar.
Os alimentos sempre foram um ponto sensível nas relações internacionais, trata-se de um setor extremamente protegido, cercado de subsídios e motivo de controvérsias.
O setor agrícola é acusado de impedir muitas negociações: muitos afirmam que foi devido a agricultura que a Organização Internacional do Comércio (OIC), instituição que cuidaria das relações comerciais, projetada em 1944 durante a Conferência de Bretton Woods, não foi criada. É um dos responsáveis pelas controvérsias durante a Rodada Uruguai, período em que se negociou a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC). Também é culpado pelas dificuldades na Rodada de Doha.
Desde o ano passado, a discussão sobre a “financeirização” das commodities, a alta nos preços dos alimentos, e a preocupação quanto a segurança alimentar vem movimentando sobremaneira a sociedade internacional. Só este ano, vários estudos sobre o tema foram publicados, muitas Organizações Internacionais e países demonstraram sua preocupação, de modo que a reunião do G20, tendo a questão alimentar como pauta, não demorou a ocorrer e acordos foram fechados.
Durante a reunião do G 20, ocorrida na última quinta-feira (22/06/2011), os países chegaram num consenso quanto a necessidade de aumentar a produção global e melhorar o abastecimento de alimentos básicos, bem como evitar as oscilações de preços. Assim, foram discutidas medidas para manter a estabilidade de preços das commodities.
Dentre estas medidas, foram acordadas:
a) A criação do Sistema de Informação do Mercado Agrícola – trata-se de um banco de dados sobre os estoques de alimentos a ser gerido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Este sistema dará mais transparência ao setor, ajudando a impedir as especulações nos preços.
b) Incentivo à P&D no setor, a fim de promover a produção do trigo e arroz.
c) Remover restrições à exportação de alimentos para fins humanitários, ajudando países em dificuldades. No que respeita a este ponto, o G 20 deixou claro que não está de acordo com a proibição da exportação para estes países e recomendou que a OMC adote uma resolução específica sobre as restrições à exportação durante a Conferencia Ministerial de 2011.
Apesar dos avanços acima, não houve progresso nas questões relativas aos biocombustíveis. Acordou-se apenas em promover um estudo sobre o impacto dos biocombustiveis na disponibilidade de alimentos e na volatilidade dos preços.
Professora, por favor, qual é a fonte do seu escrito?
ResponderExcluirOlá Cláudia,
ResponderExcluirTive acesso à estas informações a partir da Declaração dos Ministros da Agricultura do G20 disponível no site do Grupo. Se tivere interesse podes acessar o seguinte endereço:
http://www.g20-g8.com/g8-g20/g20/english/news/news/declaration-of-the-ministers-of-agriculture.1401.html
Atenciosamente,
Larissa