Autorização para a entrada da carne suína brasileira na África do Sul e remoção de obstáculos para a venda do vinho sul-africano no Brasil. Essa é a troca que o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o ministro do Comércio e Indústria sul-africano, Rob Davies, deverão discutir hoje em um encontro bilateral às margens do Fórum Empresarial do Ibas, o grupo formado por Índia, Brasil e África do Sul. A África do Sul também ameaça decretar barreiras antidumping às vendas brasileiras de frango, principal produto de exportação do Brasil ao país.
Os sul-africanos queixam-se das dificuldades encontradas nas alfândegas e autoridades sanitárias para vender seus prestigiados vinhos no mercado brasileiro. Pimentel poderá comunicar apoio à missão de negociadores da África do Sul que desembarcará no Brasil até a primeira semana de novembro para discutir com autoridades sanitárias e aduaneiras como reduzir a burocracia e o efeito das barreiras não tarifárias sobre as exportações sul-africanas de vinho ao Brasil.
Existe a expectativa no governo brasileiro e entre empresários do segmento de que o governo sul-africano faça já em Pretória (África do Sul), durante a cúpula do Ibas, um anúncio de retomada, no curto prazo, das importações de carne suína - suspensas há seis anos e barradas até hoje, apesar de queixa brasileira no órgão que trata de medidas sanitárias na Organização Mundial do Comércio.
Além da África do Sul, a presidente Dilma Rousseff vai também a Angola e Moçambique nesta semana, acompanhada por executivos de algumas das maiores empresas brasileiras, como Odebrecht e Vale.
Angola é o país onde o Brasil tem mais investimentos na África, e a Petrobras tem expectativas de encontrar petróleo na camada pré-sal do litoral africano. Moçambique, com quem o Brasil detalhará um plano de ação para os próximos anos, tem forte presença da Odebrecht, que é a maior empregadora do país, em ramos tão heterogêneos quanto supermercados e mineração de diamantes - a companhia brasileira tem 16% da maior mina do mundo.
Um dos principais acordos a serem assinados na viagem envolve a ampliação das linhas aéreas que ligam Brasil e Angola. Para o governo brasileiro, entretanto, o principal significado da viagem da presidente Dilma é simbólico, para reforçar a ligação entre o Brasil e os países africanos de língua portuguesa.
Fonte: Valor Econômico
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