quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Deputados do Parlasul divergem sobre entrada da Venezuela no Mercosul

Fonte: Agência Câmara de Notícias


A entrada da Venezuela no Mercosul foi oficializada nesta terça-feira, mas os deputados que participam da Representação Brasileira no Parlasul, o Parlamento do bloco, afirmam que ainda podem ocorrer problemas quando o Paraguai voltar a ser aceito novamente no grupo. O Mercosul era formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e tem como objetivo uma política comercial comum.

Os problemas poderiam ocorrer porque o Legislativo paraguaio ainda não havia aprovado a entrada da Venezuela. Como o país foi suspenso do bloco por causa da destituição do presidente Fernando Lugo, considerada não democrática, os outros três membros decidiram incorporar a Venezuela no mesmo momento.

Em julho, uma reunião do Parlasul acabou não sendo realizada depois que parlamentares da Argentina e do Uruguai decidiram não participar por causa da presença paraguaia. De qualquer forma, o conflito interno em torno da representação paraguaia pode atrasar a entrada dos parlamentares venezuelanos no Parlasul.

O deputado Roberto Freire (PPS-SP) afirma que votou pela entrada da Venezuela no Mercosul, mas acredita que houve "abuso" na oficialização sem a participação paraguaia. "E de forma autoritária, equivocada, a tríplice aliança, Brasil, Argentina e Uruguai, excluiu o Paraguai com um pretexto que é discutível. Mas, a partir daí, abusaram, porque a Venezuela está entrando hoje por um ato completamente equivocado, um ato que desrespeita os tratados do Mercosul"

O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) também afirma que os paraguaios poderão questionar a decisão dos outros três países, mas considera que ela é legítima. O deputado diz ainda que os paraguaios não teriam muita força para este questionamento porque passaram por cima dos outros países no episódio da definição das eleições diretas para membros do Parlasul. "Tanto é que hoje, a tão cantada eleição direta do Paraguai para o Parlamento do Mercosul, também foi um golpe deles. Eles decidiram unilateralmente, sem acordo dentro dos quatro países. Então que moral eles têm hoje para questionar a entrada da Venezuela se a eleição direta deles para o Parlamento do Mercosul também foi golpe. Não havia acordo assinado entre os quatro países, definindo o tamanho das bancadas e a partir de que momento se daria as eleições diretas."

A entrada da Venezuela no Mercosul foi oficializada no Palácio do Planalto com a presença dos presidentes do Brasil, Dilma Rousseff; da Venezuela, Hugo Chávez; da Argentina, Cristina Kirchner; e do Uruguai, José Mujica. De acordo com a Agência Brasil, a entrada da Venezuela aumenta a população do Mercosul para o equivalente a 70% da população sul-americana e o Produto Interno Bruto (PIB), para mais de 80%.

A incorporação da Venezuela ao Mercosul só ocorrerá, juridicamente, a partir do dia 13 de agosto, pois é necessário cumprir os prazos para análise dos documentos até a sua conclusão, conforme as regras do bloco.

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