A entrada da Venezuela no Mercosul foi oficializada nesta terça-feira, mas os deputados que participam da Representação Brasileira no Parlasul, o Parlamento do bloco, afirmam que ainda podem ocorrer problemas quando o Paraguai voltar a ser aceito novamente no grupo. O Mercosul era formado pelo Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai e tem como objetivo uma política comercial comum.
Os problemas poderiam ocorrer porque o Legislativo paraguaio ainda não havia aprovado a entrada da Venezuela. Como o país foi suspenso do bloco por causa da destituição do presidente Fernando Lugo, considerada não democrática, os outros três membros decidiram incorporar a Venezuela no mesmo momento.
Em julho, uma reunião do Parlasul acabou não sendo realizada depois que parlamentares da Argentina e do Uruguai decidiram não participar por causa da presença paraguaia. De qualquer forma, o conflito interno em torno da representação paraguaia pode atrasar a entrada dos parlamentares venezuelanos no Parlasul.
O deputado Roberto Freire (PPS-SP) afirma que votou pela entrada da Venezuela no Mercosul, mas acredita que houve "abuso" na oficialização sem a participação paraguaia. "E de forma autoritária, equivocada, a tríplice aliança, Brasil, Argentina e Uruguai, excluiu o Paraguai com um pretexto que é discutível. Mas, a partir daí, abusaram, porque a Venezuela está entrando hoje por um ato completamente equivocado, um ato que desrespeita os tratados do Mercosul"
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) também afirma que os paraguaios poderão questionar a decisão dos outros três países, mas considera que ela é legítima.