Fonte: O Estado de S. Paulo Autor: Eduardo Cucolo |
Em mais uma tentativa de conter a entrada de dólares no Brasil e a valorização do real, o governo anunciou ontem a terceira restrição a operações cambiais em menos de duas semanas. Reforçou, ainda, que outras medidas para coibir a especulação com a moeda brasileira devem ser anunciadas a qualquer momento.
Empréstimos no exterior com prazo de até cinco anos serão taxados com Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6%, segundo a medida anunciada pelo Ministério da Fazenda. Até fevereiro, essa alíquota atingia apenas captações de dois anos. No dia 1.º de março, o governo estendeu o prazo para três anos. Ontem, fez a nova alteração.
A restrição maior ao crédito externo contribuiu para que o dólar fechasse a R$ 1,805, alta de 1,18%. No mês, a moeda já subiu 5,19%. No ano, ainda acumula queda de 3,42%. A alta recente nas cotações foi vista dentro do governo como sinal de que as medidas estão no caminho certo.
Segundo fontes da equipe econômica, a estratégia de defesa do real está se ampliando e o governo procura montar um plano mais forte para enfrentar a escalada da "guerra cambial". Por isso, decidiu que era preciso "pesar a mão" na restrição a empréstimos externos e deixar o mercado em alerta sobre a possibilidade de mais mudanças, aumentando a imprevisibilidade.
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terça-feira, 13 de março de 2012
Governo anuncia nova restrição ao crédito externo e dólar passa de R$ 1,80
segunda-feira, 12 de março de 2012
Ganho estrangeiro com juro segue forte
Fonte: Valor Econômico |
Autora: Lucinda Pinto |
A preocupação com a valorização do real em relação ao dólar tem sido apontada por analistas como um dos argumentos do Banco Central para acelerar o corte de juros no Brasil. De olho no "tsunami" de recursos externos, o BC estaria agindo para diminuir a rentabilidade oferecida ao capital que está circulando no mundo em busca de boas oportunidades de ganho. Mas o que se vê, na prática, é que todo o corte já realizado nos juros - de 2,75 pontos percentuais desde agosto do ano passado - e até mesmo a tributação de algumas modalidades de investimento externo praticamente não alteraram a condição do Brasil de oferecer um dos mais altos rendimentos do mundo. Com juros perto de zero nos países desenvolvidos, as altas taxas do Brasil e de outros emergentes continuam sendo excelentes alternativas de aplicação por meio do chamado "carry trade", operação na qual o investidor capta recursos a juros baixos na Ásia, na Europa ou no Estados Unidos para aplicá-lo com altas taxas de retorno em outros mercados. Uma das maneiras de observar qual é o rendimento que está no foco do investidor estrangeiro é por meio dos contratos de Non-Deliverable Forward (NDF), cuja taxa de retorno leva em consideração a diferença da taxa de juros doméstica e a chamada Libor dólar (taxa interbancária de Londres usada como referência para empréstimos na moeda americana), a expectativa de variação cambial e de volatilidade da moeda. Trata-se de um contrato negociado no exterior, sem ingresso de recursos no país. Mas o comportamento dessa taxa tem relação direta com a formação de preços no mercado local, graças à possibilidade de arbitragem entre os dois mercados. O ganho líquido que esses contratos atrelados ao real com prazo de três meses ofereciam ao investidor, na sexta-feira passada, após o surpreendente corte da Selic em 0,75 ponto percentual, estava perto de 8,13%. Uma semana atrás, o ganho era maior, de 9,39%. Essa queda ocorreu à medida que as taxas futuras de juros aqui no Brasil recuaram, refletindo o aumento das apostas em uma queda mais forte da Selic. Mas, quando se olha para um período mais longo, o que se vê é que houve momentos em que o carry trade foi bem menos atrativo do que agora. No início do ano, a taxa oferecida nesses contratos estava perto de 7,90%, embora a Selic ainda estivesse em 11%, 1,25 ponto acima do nível atual. |
sexta-feira, 9 de março de 2012
Tesouro diz que ajudará governo na guerra cambial
Fonte: O Estado de S. Paulo
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"Vamos continuar a ser proativos para ter um câmbio adequado. Veremos o que é mais adequado", diz Augustin
O Tesouro Nacional irá usar todos os instrumentos disponíveis para ajudar o governo no controle da valorização excessiva do real. O secretário Arno Augustin garantiu ontem que será proativo na atuação contra a guerra cambial. "O que tenho a dizer é que vamos continuar a ser proativos para ter um câmbio adequado. De que forma? A cada momento veremos o que é mais adequado", afirmou.
O reforço do secretário ao coro contra a guerra cambial ajudou ontem a elevar a cotação do real pelo quinto dia consecutivo. Augustin disse que o Tesouro continuará comprando dólares antecipadamente para pagamento da dívida externa. Segundo ele, não há limites de volume e sinalizou que pode afrouxar as regras legais para ampliar as compras de dólares.
O Tesouro pode atualmente comprar moeda estrangeira equivalente à dívida a vencer em até 1.500 dias, mas o secretário disse que este prazo pode ser alterado de acordo com a necessidade. "No momento não é necessário. Mas queremos transmitir ao mercado que não existe limite. Se houver necessidade de irmos mais rápido, nós iremos", disse.
Augustin afirmou que pode também usar os recursos para fazer pré-pagamentos da dívida externa e com organismos multilaterais. "Se a gente recompra antecipadamente, abre espaço para nova atuação (mais compra de dólares)", explicou o secretário. /RV, AF e CF
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sexta-feira, 2 de março de 2012
Medidas contra a guerra cambial são insuficientes
Fonte: O Estado de S. Paulo
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O aumento da liquidez internacional, para reativar a economia de alguns países do Primeiro Mundo, está trazendo problemas para os países emergentes com a valorização das suas moedas, o que chega a ser um freio para o crescimento.
O governo brasileiro tomou algumas medidas para enfrentar essa guerra cambial, mas até agora o efeito é limitado e o preço, muito alto. A compra de dólares pelo Banco Central o obriga a compensar os gastos em reais, decorrentes da compra, com a emissão de títulos da dívida pública - operação em que o custo não é compensado com a aplicação, em títulos do governo norte-americano, das divisas adquiridas, cujo uso não pode ser especulativo.
Uma primeira medida que se justificaria no momento atual seria colocar pelo menos parte das divisas adquiridas no Fundo Soberano que foi criado no Brasil, no qual se poderia obter uma remuneração mais elevada do que a das aplicações em títulos do Tesouro norte-americano.
Tratando-se de um ativo que pertence ao País, sua utilização teria de corresponder ao menor risco possível, mas com uma remuneração que superasse o custo da emissão de títulos públicos. Atualmente, esse Fundo Soberano é administrado pela Secretaria do Tesouro, mas parece-nos que deveria haver uma modificação nessa responsabilidade, incluindo-se, além do Tesouro, representantes do Banco Central e da Bolsa de Valores.
Atualmente, as compras de divisas pelo Banco Central são destinadas ao aumento das reservas brasileiras. Ora, o efeito disso é atrair mais capital estrangeiro. Alguns economistas estão sugerindo uma quarentena de mais de seis meses para a entrada de dinheiro estrangeiro, complementar às ultimas medidas, como a criação de um Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos externos com prazo de até três anos.
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